Célia Barroca irá apresentar no próximo sábado, em Riachos (Torres Novas), o seu mais recente CD, “Lágrima tola”. O trabalho foi divulgado na segunda-feira, na produtora em Lisboa, mas a fadista não dispensa uma segunda apresentação na sua terra natal.Em “Lágrima tola”, que também é título de um dos 14 temas que compõem o CD, Célia Barroca estreia-se como letrista. Um projecto que vinha alimentando desde há vários anos e que finalmente foi concretizado.Os textos foram surgindo pouco a pouco, porque a escrita não era uma das habituais actividades desta fadista, formada em História e em Teatro pelo Conservatório de Lisboa, que faz parte do corpo docente da Escola Superior de Educação de Santarém.“Não costumo escrever porque acho que não tenho jeito para isso, a minha forma de comunicar é a oralidade, não a escrita”, diz, mas porque no fundo tinha alguma coisa para dizer para além de interpretar texto escritos por outros, Célia Barroca foi juntando frases: “Quando me lembro de uma frase, primeiro cantarolo-a e só depois escrevo. Costumo andar com um gravador pequenino e vou registando os textos que me vão surgindo. Há dias em que se está muito mais inspirada do que outros”. O som do violino em “Memória de um tempo”, primeiro tema do CD é apenas a porta de entrada para um trabalho que apetece continuar a ouvir. A música de Luís Martins, ex-Silence 4, e Luís Petisca tocado por diversos instrumentos de corda (violino, violoncelo, piano, contrabaixo e guitarras clássica, eléctrica e portuguesa) e adufes avolumam o jeito intimista da voz de Célia Barroca. E o resultado final desta nova aposta da fadista, que encara o fado como “um hobby, uma fuga e uma realização”, incentiva a mais projectos.