O renovado Teatro Sá da Bandeira, em Santarém, reabriu as suas portas na tarde de sexta-feira, 19 de Março, data em que se celebrou o feriado municipal. A sala, com 203 lugares, encheu-se de povo anónimo e de figuras conhecidas da vida politica, cultural, associativa e empresarial. Um panorama que os responsáveis do Centro Dramático Bernardo Santareno, companhia residente naquele espaço, teme que não se repita com a frequência desejada. Daí que, num dos apontamentos teatrais a cargo dos grupos da cidade, tenha sugerido com ironia o decretar do teatro obrigatório.O ministro da Cultura, Pedro Roseta, que assistiu a parte da récita inaugural, sorriu. E pouco depois subiu ao palco para, de microfone em punho, dar conta da sua satisfação por ver reabrir mais uma sala de espectáculos no país. Os compromissos de agenda já não lhe permitiram, contudo, ouvir o presidente da Câmara de Santarém, Rui Bareiro (PS), lembrar que o Ministério da Cultura não gastou um cêntimo naquela obra que custou 2,5 milhões de euros. Isto apesar de ter celebrado com a autarquia um protocolo, ainda no anterior mandato, que previa o financiamento das obras de requalificação do espaço em 750 mil euros.A empreitada acabou por ser comparticipada pelo Programa Operacional da Região de Lisboa e Vale do Tejo, através do Programa Valtejo, e o autarca escalabitano quer agora que o Ministério da Cultura aplique a verba prometida noutro projecto, que poder ser o da recuperação do Teatro Rosa Damasceno, que o município já manifestou intenção em adquirir.Já longe de Santarém, o ministro garantiu à agência Lusa que o Ministério da Cultura poderá apoiar a recuperação do teatro Rosa Damasceno se a autarquia concretizar a sua aquisição, em “compensação” pela ausência de apoio na recuperação do Sá da Bandeira.Outra possibilidade de colaboração poderá ser a adaptação do edifício contíguo ao Sá da Bandeira, conhecido por “canto da cruz”, para espaço cultural, embora a instalação aí da Escola de Música de Santarém possa vir a captar apoios do Ministério da Educação.Um espaço com múltiplas funçõesO Teatro Sá da Bandeira deixou de ser apenas uma sala de espectáculos dedicada ao teatro, ao cinema ou ao bailado para se tornar um espaço diário de fruição e de convívio. Encontra-se já a funcionar, entre as 10h00 e as 24h00, um amplo bar-galeria no rés-do-chão, onde terão lugar exposições várias, enquanto o primeiro piso será destinado a espaços de piano-bar e de ciber café.