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Ser autarca é um acto de cidadania

Ser autarca é um acto de cidadania

José Fidalgo é o presidente da Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira
O presidente da Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira, José Fidalgo Gonçalves, vai ter que arranjar tempo para desfrutar do prazer de ser avô. No dia 17 de Março, o mais novo de três filhos (Natacha, Tânia e David) deu-lhe a melhor prenda de sempre, um neto. “É lindo, sai ao avô”, diz com humor. Os olhos brilham quando fala de Duarte e o autarca garante que não vai precisar de consultar da agenda para se lembrar das suas “obrigações” de avô. José Fidalgo é um presidente a tempo inteiro e encara a vida autárquica como uma missão de cidadania para a qual “todos deviam dar um pouco de si”. Garante que não foi o salário nem o protagonismo que o motivou, mas antes o prazer de contribuir para a melhoria da qualidade de vida da freguesia que há 30 anos acolheu como sua.Este transmontano de Bragança nasceu numa família humilde, tem 11 irmãos e um percurso de vida invulgar. Viveu em seis locais diferentes, incluindo Moçambique. O pai era topógrafo do Serviço de Geologia e Minas e andava a saltar de terra em terra. José Fidalgo já teve várias experiências profissionais. Foi despachante de tráfego aéreo, técnico de metalomecânica na área comercial e vendedor de automóveis. O gosto pela comunicação levou-o a fazer vários cursos de jornalismo no Cenjor-Centro Protocolar de Formação para Jornalistas e a colaborar com a Rádio Lezíria e vários jornais regionais. Gosta de ler tudo o que é informação e na cabeceira tem a obra “Crimes Imperfeitos” de Álvaro Guerra, um vilafranquense que muito admira.José Fidalgo foi praticante de atletismo e xadrez, é adepto do Sporting e, num discurso “politicamente incorrecto”, explica que fala com os aficcionados. Foi a sua ligação à vida associativa da cidade que despertou a cobiça dos três partidos nas eleições de 1997. José Fidalgo aceitou integrar as listas do PS como independente, pensando que seria eleito para a assembleia de freguesia. A sua equipa ganhou, mas estava longe de imaginar que, dois anos e meio depois de ter aceite o cargo de tesoureiro, seria o presidente para substituir Ricardo Viegas que renunciou por doença. Hoje é militante do PS, mas continua a recusar ser um político e define-se como um autarca. “Sou um vendedor de automóveis numa missão autárquica”, disse.José Fidalgo elegeu como primeira prioridade a emancipação do órgão e agora que já tem as mesmas competências que as restantes freguesias do concelho luta por um alargamento da autonomia. “Não podemos estar dependentes da câmara, temos responsabilidades próprias e temos de ter meios para as executar”, diz. “As juntas não são os coveiros e os conta-cabeças dos municípios. São muito mais do que isso e eu luto pela autonomia”, acrescenta. José Fidalgo é um adversário da centralização e diz com convicção que o “25 de Abril ainda não chegou a todas as freguesias”. A relação de amizade que mantém com os eleitos da câmara não o impede de alimentar algumas divergências quando se discute as competências da junta. O autarca considera “urgente” a revisão da lei das finanças locais que penaliza fortemente as freguesias quando afecta apenas 2,5 por cento do orçamento para as bases do poder local.
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