O prazer de deslizar pelo ar
Balonistas e suas “máquinas” voadoras passaram por Santarém na travessia de Portugal
Cerca de 30 balonistas de vários cantos do mundo concentraram-se segunda-feira no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA) para realização da quarta etapa da Oitava Travessia de Portugal em Balão de Ar Quente – Na Rota das Cidades Estádio.
A primeira etapa ligou Vila Pouca de Aguiar a Braga, enquanto a segunda incluiu voos de curta duração na cidade dos arcebispos e em Guimarães. A terceira etapa, de ligação do Porto a Santarém, foi cancelada devido a um forte vento de oeste.Aníbal Soares, balonista da equipa Publibalão, chegou em primeiro lugar a Santarém. Para este pára-quedista natural de Tulosa, no concelho de Niza, voar já faz parte da vida. Realiza algumas dezenas de voos por ano num hobbie que se tornou uma paixão. “O balonismo é muito mais calmo que o para-quedismo. Não há resistência ou turbulência no ar, e desliza-se em grande segurança e calma”, assegura.Possui três balões mas para Santarém levou o de competição. O balão é constituído pelo envelope (tecido) com 65 mil pés cúbicos de capacidade e 17 metros de altura. O cesto tem capacidade para quatro pessoas bem apertadas, mas existem alguns que comportam até cerca de 20 aventureiros. O material é à base de uma verga flexível mas resistente, adornada com quatro cabos em redor que o sustentam ainda mais.Para fazer voar o balão são necessários propulsores, com queimadores a gás propano e, no mínimo, duas garrafas, cada qual com autonomia para cerca de uma hora.O balão apenas segue o trajecto dos ventos e mãos e aterra em qualquer sítio, mas procuram-se os ventos cruzados para alcançar os objectivos. A descida faz-se através do arrefecimento dos propulsores.No ar podem-se atingir, em segurança, velocidades entre os oito e os dez nós, cerca de 16 quilómetros, mas para praticar a modalidade também é necessária segurança em terra. É que um balão pode custar cerca de 25 mil euros, tornando o balonismo numa actividade dispendiosa.“Se somarmos seguros, gás, transporte, uma equipa com um mínimo de mais duas pessoas, alojamentos e inscrições, são muitos euros”, exemplifica Aníbal Soares.Em Portugal existem 15 praticantes de balonismo e outros 30 inscritos, que podem subir aos céus.Isto se estiverem reunidas as condições climatéricas. É que na segunda-feira, quando O MIRANTE esteve no campo relvado do CNEMA para ver a partida de balões mais de uma hora depois da partida previstas para as 17h00, ainda ninguém se tinha lançado na etapa Raposa. Basta um forte vento ou chuva para inviabilizar a prova. E a organização até dispõe de meteorologista.
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