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“Representar é o faz de conta”

Era uma vez um príncipe feliz transformado em estátua. Um dia pousou ali uma andorinha atrasada na viagem para o Egipto que se dispôs a ajudar o príncipe a levar a felicidade lá abaixo, às pessoas da cidade.A peça de Oscar Wilde foi a encenação escolhida pelo grupo de teatro da Escola Básica 2/3 de Pontével (Cartaxo) para homenagear o actor português Ruy de Carvalho que passou a manhã de sexta-feira, 30 de Abril, a conversar com os alunos.“Gostava que o príncipe feliz andasse pelo país a ajudar todas as mães que precisam”, disse Ruy de Carvalho depois de assistir à peça, acabado de chegar de mais uma gravação da série televisiva “Inspector Max”. O actor, que já vestiu a pele de rei, pobre e médico, respondeu animado às perguntas dos jovens. Ruy de Carvalho começou a carreira como actor há 57 anos. O filho único de um casal de viúvos foi “mimado” pelos vários irmãos, dois dos quais actores. A mãe era pianista e o pai militar. O teatro e a música fazem parte do imaginário infantil de Ruy de Carvalho, que cedo se deixou seduzir pelas artes. Estreou-se aos seis anos na Casa do Menino Jesus, na Covilhã, com o corpo tolhido pelos nervos.É um amante da língua portuguesa, do teatro, da televisão e sobretudo da família. Conheceu aos 18 anos aquela que seria a sua companheira de sempre e mãe dos seus dois filhos. Para Ruy de Carvalho a maior dificuldade no teatro é controlar os nervos. A maior recompensa os aplausos que se ouvem no final. Até lá chegar são precisos muitos anos de dedicação e trabalho. “Não há nenhuma escada fácil de subir, filhos”, confidenciou em tom paternal.Se não fosse actor gostava de ter sido médico ou sacerdote. Mas a arte do palco, a representação que exige um tom de voz mais forte frente ao público, é a sua mais profunda paixão. “Representar é o faz de conta”, descreve.Na EB 2/3 de Pontével o teatro é uma das opções para os mais de 150 alunos, tal como em outras escolas é a dança ou a música. “O Príncipe Feliz” foi a primeira produção da jovem companhia. Como explica a professora de teatro, Margarida Martins, “a ideia não é torná-los actores, mas pelo menos fazer com que sejam melhores espectadores”.

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