Trabalhar no mundo da beleza
Sónia Fonseca estuda para esteticista no Centro de Formação Profissional de Santarém
Sónia Fonseca sempre se interessou pelo mundo da moda e da beleza. Em pequena fazia passagens de modelos, mas abandonou o sonho de ser manequim por falta de altura. Hoje estuda para esteticista no Centro de Formação Profissional de Santarém.
A moda, a beleza, a cosmética foram temas que sempre interessaram a Sónia Fonseca, de 29 anos, residente em Almeirim. Em pequena fazia passagens de modelos, mais tarde quis ser manequim mas faltava-lhe altura. Pensou então em ser modelo fotográfico: “Ainda me inscrevi numa agência, mas nunca me chamaram”, dizA intenção não foi muito além, porque a mãe não estava muito de acordo. “Coisas de mãe, sabe como é? Achava que eu iria passar muito tempo fora de casa, sempre daqui para ali e pronto”.Não chegou a ser modelo, embora os fotógrafos de Almeirim a fotografassem por várias vezes: “Um principalmente gostava muito de fotografar-me, ficou por aí a minha experiência na área”.Aos 18 anos deixou de estudar de dia e começou a trabalhar: “Eu gostava de estudar, mas principalmente queria ganhar algum dinheiro”. Trocou as aulas de dia pela noite e durante uns tempos aguentou o ritmo. Depois a vida tornou-se muito complicada. “Era um grande esforço trabalhar durante todo o dia e ir para as aulas à noite. Para mais comecei a namorar, casei, tive uma filha e ainda era mais difícil”As habilitações académicas ficaram-se pelo nono ano incompleto, enquanto a nível de empregos Sónia Fonseca trabalhava como recepcionista ou escriturária. “Gosto muito de trabalhar num escritório, mas gosto sobretudo do contacto com o público. Trabalhei num ginásio das 14 às 22 horas. Até às 18h00 o tempo nunca mais passava. Depois começava a chegar gente, era um instante enquanto chegava à hora de sair. Eu sou muito faladora”, confessa.Mas continuava por realizar o sonho de menina. Através de um familiar que trabalha no Centro de Formação de Santarém soube que ia abrir um curso de Manicura/Pedicura e Massagista de Estética. “Estava ligado à beleza, contactava com o público, tinha tudo que ver comigo”, diz.Tentou inscrever-se, mas as escassas habilitações académicas não lho permitiam. “Exigiam o 9.º ano e eu não o tinha”, continua. Conseguiu a equivalência através do Reconhecimento de Validação do Certificado de Competências (RCVV) e pôde inscrever-se.“O curso começou no início de Dezembro e está previsto terminar no último dia do ano. Mas como na última semana são só testes e vêm professores de Lisboa, se calhar acaba em Janeiro”, continua.A acção de formação é formada por quatro módulos, dos quais dois já foram leccionados. “O primeiro foi de depilação, o segundo de manicura e pedicura. Estamos a acabar este, a seguir vem o rosto e o corpo, penso que também vou gostar”.No final das aulas teóricas e testes de cada módulo as formandas têm um estágio. Formandas, porque nesta acção não há homens: “Houve um que se inscreveu, mas nunca frequentou as aulas. Penso que ele estava interessado no último módulo, mas como tinha de fazer os outros antes desistiu”, explica.Depois do curso, Sónia Fonseca ficará detentora de uma carteira profissional que lhe permite exercer a profissão em qualquer instituto de estética. “A maioria das pessoas que exerce a actividade nos salões de cabeleireira foi aprendendo, não tem carteira profissional. Em Almeirim, deve haver umas 20 ou 30 cabeleireiras, todas têm gabinete de estética, mas parece-me que só uma é que tem carteira. E, por este andar, qualquer dia vai ser obrigatório”.Numa primeira fase, Sónia Fonseca não tenciona montar o seu próprio negócio. “Primeiro quero trabalhar por conta de outrem para ganhar prática e ver como correm as coisas. Mais tarde tenciono estabelecer-me”.Na acção de formação, os alunos têm cadeiras muito práticas e outras de cultura geral. “Temos Português, no primeiro módulo, Inglês, é preciso saber qualquer coisa para conseguir ler os rótulos dos produtos de cosmética, e Gestão porque temos de ter algumas noções de como gerir o nosso negócio”, explica.Para já, Sónia Fonseca está preocupada em acabar o segundo módulo e fazer o estágio de 15 dias. “Deste módulo, como tratar das mãos e dos pés, gostei mais do que do primeiro. Apesar de se ter de saber as técnicas, depilação qualquer um faz, agora o tratamento de manicura e pedicura é mais complicado. É por isso que acho que também vou gostar muito dos dois próximos módulos, sobre o tratamento do rosto e do corpo”.Enquanto as aulas decorrem, a futura esteticista vai aplicando os seus conhecimentos entre os familiares: “Já comprei alguns utensílios e produtos e trato das mãos da minha mãe e de outras pessoas mais próximas, para ir ganhando prática. Mas não me alargo muito”.Margarida Trincão
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