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Ateneu esperou 26 anos pelo auditório

Ateneu esperou 26 anos pelo auditório

Oito centenas de convidados na inauguração do Centro Cultural de Vila Franca

Vila Franca tem finalmente um centro cultural. A obra custou mais de 2,5 milhões de euros e foi inaugurada no sábado perante cerca de 800 convidados. A festa aconteceu 26 anos depois do início do projecto.

Aleluia! O Centro Cultural de Vila Franca de Xira foi inaugurado no sábado, 29 de Maio. A festa chegou 26 anos depois do início da obra e, também por isso, o momento foi vivido com emoção por cerca de oitocentos convidados, alguns sentados nos degraus das coxias e de pé, junto às paredes laterais. O espaço com capacidade para mais de 600 lugares sentados, incluindo uma fila destinada a deficientes com cadeiras de rodas, recebeu o nome de João David Marques Pinheiro. O jovem músico faleceu na sequência de um acidente de viação em Agosto de 2000, quando a banda fez uma digressão nos Açores. Foi a mãe do saudoso interprete que, de mão dada com a presidente da câmara, Maria da Luz Rosinha, descerrou a bandeira do Ateneu que cobriu a lápide que fará história. Houve emoção e lágrimas. Os sentimentos embargaram a voz do presidente do Ateneu Artístico Vilafranquense, Mário Calado que considerou aquele momento o ponto mais sensível duma noite memorável e onde a emoção provocou alguns embaraços.Que o diga, o músico António Martinho Lopes, 68 anos, que recebeu a maior ovação da noite e ficou sem palavras quando viu 800 pessoas de pé, como que a dizerem: “obrigado”. O Tio Lopes, como carinhosamente alguém o tratou, tem 50 anos de músico na banda do Ateneu e foi um dos fundadores da escola de música da colectividade, já lá vão 40 anos. “Muito tempo, uma vida”, acrescentaram alguns.O meio século de dedicação dos sócios Teodoro Pereira Ribeiro e Luís Salgado Rodrigues também foi premiado com medalhas que simbolizam o ouro do ateneu. Antes um grupo de sócios foi destinguido com a prata dos 25 anos de filiação.As emoções aquecem o ambiente, mas a impossibilidade de ligar o ar condicionado do auditório fez com que muitos espectadores transpirassem. A necessidade de alimentar o sistema com um posto de transformação atrasou o processo, mas os directores do Ateneu garantiram que a solução será encontrada antes da chegada oficial do Verão.A obra cheira a novo e tem ainda algumas arestas para limar e contas para pagar. O custo total dos trabalhos foi de 2 milhões e 523 mil euros (mais de meio milhão de contos). A câmara assumiu 1 milhão e 945 mil euros e o Secretario de Estado Adjunto do Ministro da Cultura, José Manuel Lopes anunciou, no sábado, um financiamento de 220 mil euros nos próximos dois anos. Ainda faltam quase 360 mil euros que será o Ateneu a suportar.A colectividade festejou 113 anos e provou que está viva com um esquema que encantou o público envolvendo as várias secções ao som do hino da alegria interpretado pela banda, o cartão de visita do Ateneu. Todas as secções tiveram a primeira oportunidade de pisar o moderno palco que inclui o fosso da orquestra. A sala está equipada com 600 cadeiras confortáveis e modernas e um equipamento de som e multimédia de qualidade superior. Quatro camarins, dois para 30 pessoas e outros dois com metade da capacidade, todos equipados com casas de banho completas, garantem condições aos artistas. O representante do Ministro da Cultura e a presidente da câmara reconheceram que a cidade tem agora uma sala preparada para receber as melhores companhias de teatro e dança e as mais variadas propostas no domínio da música. As duas entidades deverão assinar protocolos que viabilizem a realização de espectáculos de qualidade superior no auditório do Ateneu. “Oxalá os vilafranquenses saibam desfrutar do espaço”, escreveu a presidente na câmara no livro de honra. Desfile de Moda em Vila Franca de XiraO “glamour” de avós e netosFranscisco e Maria Luísa Serra já são veteranos na passarela, mas o nervosismo do primeiro desfile mantêm-se até ao momento de enfrentar as luzes. Ela apareceu com um elegante vestido de noite e ele com um fato clássico castanho. Desfilaram de mão dada e no final deram um beijo na boca. Pouco habitual, para quem já atingiu a terceira idade e alimentou o seu amor em tempos onde a ousadia tinha custos. Os dois manequins provenientes da Póvoa de Santa Iria já vão no nono desfile e não sentem vontade de dar o lugar a outros candidatos. A balança, o bilhete de identidade e os “bicos de papagaio” ficaram de lado no Desfile de Moda Sénior que, na noite de sexta-feira, levou ao rubro mais de três quartos da Praça de Toiros Palha Blanco, em Vila Franca de Xira. O espectáculo, subordinado ao tema: “A mulher e a família”, teve cor, “glamour”, música e muita animação. E para o sucesso ser pleno, a apresentação ficou por conta de Isabel Angelino e Eládio Clímaco. Desfilaram perto de 150 modelos, que para além de contarem com os vestidos dos estilistas Augustus e Ana Salazar (presenças constantes neste evento), contaram ainda com o contributo de muitas lojas e institutos de beleza concelhios, que emprestaram acessórios, roupas e o seu trabalho. Os técnicos do pelouro de Acção Social da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira organizaram a componente logística e a direcção artística ficou por conta do actor Joaquim Salvador. Jovens e menos jovens (quase todos provenientes de instituições particulares de solidariedade social e de comissões de idosos de algumas freguesias do concelho) desfilaram em grande estilo, arrecadando a cada passo os aplausos de um público entusiasta. Desde vestidos e fatos de gala, a peças mais leves para o dia-a-dia, nada faltou neste desfile. Não foram precisos ensaios repetidos para que alguns dos manequins da noite, já habituados a estas lides, fizessem furor. A cada pose mais arrojada, ouviam-se da plateia mensagens de incentivo: “É assim mesmo, avó. Força!”. Entre as várias passagens ainda houve tempo para algum Hip Hop, ginástica acrobática e as actuações do Rancho de Varinos e do Coral “Notas Soltas” de Vila Franca. Mas a noite também se vestiu de preto para receber os fadistas Amália Rodrigues e Mário Calado, ambos de Vila Franca de Xira, que deram voz a fados como “Eu, ela e o fado” e “Maria Severa”. Foi um dos momentos apoteóticos da noite. O sexto e último desfile ficou marcado pelas cores da bandeira portuguesa que levaram à passarela fatos alusivos ao “Euro 2004”, como não podia deixar de ser. Os aplausos do público aqueceram a “arena”, onde vários jovens dançaram e desfilaram ao som de “O Amor a Portugal”, de Dulce Pontes.
Ateneu esperou 26 anos pelo auditório

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