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Basquetebol Amiense em crescimento

Modalidade começou no clube há cinco anos e envolve actualmente 70 miúdas dos sete aos 18 anos

Conhecido principalmente pelo futebol, o CD Amiense começa também a dar cartas no basquetebol feminino. O ano passado só não ganhou o campeonato distrital num dos escalões de formação e este ano as juniores foram terceiras a nível nacional. O clube tem seis equipas e perto de 70 jogadoras. Só falta a equipa sénior.

O Clube Desportivo Amiense é conhecido há várias décadas sobretudo pelo futebol, mas a prática desportiva naquela colectividade da freguesia de Amiais de Baixo, concelho de Santarém, não se cinge apenas ao pontapé na bola. Há cinco épocas que os directores apostaram também no basquetebol, uma opção destinada a ocupar as raparigas da vila, que não tinham até então oferta desportiva.Tudo começou em 1996 com a inauguração do pavilhão desportivo, situado junto ao campo de futebol, e com a necessidade de lhe dar utilização. Os directores não tinham experiência anterior no basquetebol, mas optaram pela modalidade que tinha sido bem aceite uns meses antes numas férias desportivas realizadas na vila.Para não retirar rapazes ao futebol, porque Amiais de Baixo, apesar de ser vila, tem menos de 2.500 habitantes, a opção passou desde logo por criar equipas exclusivamente femininas. Criou-se uma equipa de iniciadas que durante alguns meses só realizaram treinos.Na época de 1997-1998, a convite da Associação de Basquetebol de Santarém, entraram no campeonato distrital dessa categoria, mas os resultados não foram os melhores. “Lembro-me que no primeiro jogo perdemos para ai por 120-8”, recorda Jaime da Branca, director do clube, deixando escapar uma gargalhada.Hoje as coisas são diferentes. Actualmente há sete equipas em actividade, em todos os escalões de formação, num total de cerca de 70 miúdas entre os 7 e os 18 anos e os resultados positivos têm aparecido.O ano passado o clube foi campeão distrital feminino em minis, iniciados e juniores, só falhando o título de cadetes. Este ano as juniores foram segundas no distrital e foram à fase final onde ganharam todos os jogos e se apuraram para a final 4 nacional. Ficaram em terceiro lugar depois de terem perdido com o CAB Madeira, equipa com muito mais apoio. “Para nos batermos de igual para igual só nos falta uma jogadora alta”, diz Jaime da Branca.As cadetes foram segundas no distrital e apuraram-se para a taça nacional. Só que como houve aposta nas juniores ficaram com uma equipa mais fraca e perderam todos os jogos dessa fase. Quanto às iniciadas, ganharam a primeira fase e agora devem ser segundas no distrital.A esmagadora maioria das jogadoras é de Amiais de Baixo. Para se ter uma ideia, das 11 juniores, 9 são de Amiais, uma de Alcanena, mas que viveu em Amiais até aos 13 anos e outra é da localidade vizinha de Louriceira mas já está na equipa há 5 anos.Á criação de uma equipa sénior é uma ambição, mas não é fácil. Como não há muito ensino superior na região, acabado o secundário as atletas acabam por ir para outros locais e não têm tempo para treinar.Outro dos problemas da interioridade é o dos técnicos. “Todos os anos há o credo na boca”, refere Jaime da Branca, explicando que o clube está dependente dos professores de educação física dos estabelecimentos de ensino próximos, mas que frequentemente mudam de escola. O director do Amiense elogia o trabalho feito pelo professor João António, o técnico que, na sua opinião, deu um impulso grande ao basquetebol de Amiais.O basquetebol faz parte do clube como o futebol. Está integrado nas camadas jovens do clube e o dinheiro é dividido por todos. O basquet custa cerca de dez mil euros por ano, uma verba modesta mas difícil de conseguir.O dinheiro vai essencialmente para os técnicos e para os transportes e alimentação, mas Jaime da Branca diz que o investimento que tem sido feito tem tido um sucesso muito grande. O clube tem carrinhas que vão buscar os miúdos do futebol e do basquetebol ás escolas, o que tem permitido diminuir o problema da droga, que há anos atrás era bem mais complicado na vila.O incêndio que há quase um ano destruiu por completo o novo relvado sintético onde se jogava futebol também afectou o basquetebol, uma vez que arderam as duas carrinhas do clube. Outro dos problemas é o piso do pavilhão, que está degradado e precisa de um pavimento novo. A direcção está a trabalhar para tentar arranjar dinheiro mas não é fácil pois quem podia ajudar, sejam particulares ou as autarquias, já ajudou bastante no último ano.

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