Forcados de Salvaterra regressam às arenas
Dez anos depois da suspensão do grupo
Dez anos depois da sua extinção, o Grupo de Forcados Amadores de Salvaterra de Magos voltou em força. Os convites para pegarem toiros multiplicam-se e o gosto pelas pegas tem atraído muitos jovens.
Uma década depois de ter desaparecido, o Grupo de Forcados Amadores de Salvaterra de Magos regressou em força. Apesar de já ter a sua formação há cerca de dois anos, esta parece ser a época em que se tem evidenciado mais. Os convites para pegar touros, em várias praças de norte a sul do país e até no estrangeiro, têm surgido com grande regularidade. No total, os forcados já pegaram mais de trinta touros.O Grupo de Forcados Amadores de Salvaterra de Magos é constituído por cerca de 20 elementos. Além de Luís Almeida (cabo), o grupo conta também com Paulo Jorge Damásio, António Vasco, José Luís Dias, João Paulo Damásio, Pedro Parrulas, Marco Guilherme, João Fonseca, Pedro Silva, Ramiro Sousa, Diogo Costa, Nuno Coutinho, Manuel Santos, Fernando Correia, Bruno Ferreira, Paulo Morais, Gonçalo Esteves e Joaquim Sardinha. São todos muitos jovens. A média de idade ronda os 26 anos, explicou Luís Almeida. O segredo do sucesso parece residir no facto de serem todos muito unidos. Sempre que entra alguém para o grupo, passa pela crivagem do cabo, uma pessoa muito experiente nestas andanças. “Aqui não se quer pessoas para levar porrada dos toiros, mas sim para pagarem toiros”, defende. “Não nos podemos esquecer que acabamos sempre por estar a representar a nossa terra, por isso, tem de haver responsabilidade”, acrescenta. O processo para a admissão de novos elementos é quase sempre o mesmo. Primeiro, os jovens passam por ter uma conversa com o cabo. Só depois, caso o perfil seja adequado, é que executam o seu primeiro treino. O Grupo de Forcados Amadores de Salvaterra de Magos treina, habitualmente, duas vezes por mês. O objectivo é estarem todos em sintonia para a próxima corrida. Depois de cada treino, o cabo faz um relatório onde consta o desempenho de cada elemento. No final, é ele que tem de escolher os forcados que se fardam para executarem as pegas na próxima corrida.Nesta sexta-feira, dia 11, o grupo vai voltar a Praça de Touros de Albufeira onde já pegou. É a praça que realiza mais corridas em Portugal. Dizem que só esperam conseguir o êxito da última vez, onde conseguiram pegar os três touros à primeira. Mas, o grande objectivo do Grupo de Forcados Amadores de Salvaterra de Magos é ir pegar à Praça de Touros do Campo Pequeno.Dentro de dois ou três anos contam “estar preparados para concretizarem este sonho”. Até lá, vão respondendo às chamadas de praças com outras dimensões.A vida de forcado não é nada fácil. Hoje, ainda há muita gente que paga para ser forcado. Os apoios para o grupo, vindos de entidades públicas e privadas, continuam a ser muito escassos. Habitualmente, deslocam-se em veículos próprios e suportam as despesas de alimentação e alojamento.Ponto de encontroHá cerca de três meses que o grupo tem a funcionar a sua tertúlia, na rua do Rossio, em Salvaterra de Magos. O espaço, aberto de segunda a domingo, é o ponto de encontro de todos os elementos do grupo, assim como de muitos outros aficionados. É também o local de partida e chegada para os treinos e para as corridas. Desde que a tertúlia abriu, muitos têm sido os jovens que se tem dirigido ao local a manifestar intenção de fazer parte do grupo de forcados. Luís Almeida considera um factor muito positivo, pois é preciso encontrar pessoas que possam assegurar a continuação do grupo. “Não se pode ser forcado toda a vida, por isso é sempre bom aparecer gente com vontade de pegar touros”, referiu. Mário Gonçalves
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