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Leonel Madruga

COM A SELECÇÃO NO CORAÇÃO

Leonel Madruga é um técnico jovem, tem apenas 35 anos, começou a sua carreira de treinador pelas camadas jovens, fez trabalho de valor na Académica e União de Santarém, depois foi treinador adjunto no Fátima e no Riachense. Ganhou estofo e no início da época passada aceitou o desafio de formar e treinar a jovem equipa do Sport Lisboa e Cartaxo e o êxito não se fez esperar, levou a equipa cartaxeira até à terceira divisão nacional. Está de acordo com as opções de Scolari e pensa que uma chegada aos quartos de final ou meia-final, já seria uma excelente prestação da Selecção Nacional.

Até onde pode ir a Selecção Nacional?Temos uma boa selecção, com jogadores muito experientes e de qualidade. Temos um seleccionador com credenciais. Estamos a jogar em casa. Penso que podemos ir longe, até aos quartos de final ou meia-final.Concorda com a forma como foi feito o pré-estágio em Óbidos?Concordo, penso que foi muito importante este estágio em Óbidos. Apesar de não estarem todos os jogadores presentes serviu, em grande parte, para estabelecer uma ligação mais afectiva com os portugueses. Serviu para limpar algumas polémicas que foram surgindo no caminho, não tenho dúvida de que agora os portugueses se sentem mais perto dos jogadores e do Clube Portugal. Está a pensar ir ver jogos ao vivo ou vai ficar pelo sofá?Vou ver alguns jogos ao vivo. Vou ver alguns jogos da Selecção Nacional, mas vou ver fundamentalmente jogos de outras selecções. Também vou ver muitos jogos no sofá.Gosta mais de ver os jogos sozinho ou acompanhado?Gosto mais de ver jogos sozinho, porque é quando tenho uma melhor perspectiva de observação, em termos de trabalho.Então vai ser mais um, período de estudo e trabalho que outra coisa…Vai, vai ser importante para uma melhor observação de aspectos inovadores, quer do ponto de vista táctico, quer do ponto de vista técnico. É claro não será possível fazer estas observações em todos os jogos, porque quando vimos a nossa selecção, a paixão envolve-nos também e não nos deixa ser racionais. É por isso que vou ver jogos doutras equipas.Scolari é o treinador ideal para conduzir Portugal a uma boa prestação?Penso que sim. Pelo currículo, pelo passado que tem e pela forma como tem conduzido a selecção até aqui, tem todas as condições para levar a equipa até a uma óptima classificação. Mas penso também que existem outros treinadores, inclusive em Portugal que também reuniam essas condições.É adepto para vestir a camisola e ir de cachecol para a rua comemorar uma eventual vitória portuguesa?No estádio vibro com intensidade, mas chegar ao ponto de integrar uma caravana e ir para a rua gritar não. Vibro com as vitórias, mas sou recatado no extravasar das emoções. Portugal está preparado para uma competição desta envergadura?Digamos que Portugal conseguiu preparar-se, conseguiu montar uma estrutura que vai corresponder às expectativas de um evento desta natureza. Agora também acho que queimou etapas e ultrapassou questões estruturais do desporto nacional. Foi um investimento muito grande, que poderia ser canalizado para outras áreas, designadamente para o desporto escolar e para as pequenas associações. De qualquer modo penso que este acontecimento pode ser um pólo dinamizador para o desporto, porque vai potenciar outras realizações. Qual é a sua selecção ideal?A minha selecção ideal não anda muito longe da que vai ser apresentada pelo Scolari. Neste momento e face aos três guarda-redes convocados colocaria na baliza o Moreira, depois Paulo Ferreira, Fernando Couto, Jorge Andrade e Nuno Valente, na defesa. No meio campo jogaria com Figo, Deco, Petit, Costinha e Simão. E na frente jogava o Pauleta. Um 4X5X1 muito mexido e muito aberto.O holiganismo preocupa-o?Preocupa, como inquieta toda a gente. É fenómeno que já ultrapassou o futebol em si. São outras correntes, são questões do neofascismo, que têm que ser contidas. Penso que as forças de segurança estão preparadas para actuar se esse problema surgir. Mas isso não evita que seja uma situação que me preocupa.

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