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“O sociólogo é polivalente”

Zília Brito integra a Divisão de Educação da Câmara de Azambuja

Zília Brito, 29 anos, trabalha como socióloga na Divisão de Educação da Câmara Municipal de Azambuja. O trabalho de preparação das acções de sensibilização do plano municipal de prevenção das toxicodependências, apresentando nas várias escolas do concelho, ocupou a técnica nas últimas semanas.

A semana de prevenção das toxicodependências, um conjunto de acções de sensibilização nas escolas envolvendo alunos, pais e professores, foi um dos trabalhos que a socióloga Zília Brito desenvolveu ao longo das últimas semanas, em conjunto com a equipa da Divisão de Educação da Câmara Municipal de Azambuja.O papel da socióloga, há quatro anos a trabalhar na autarquia, é colaborar com as associações de pais que promovem este tipo de projectos, mas que não possuem técnicos especializados. “Desenvolvemos acções para a promoção de competências nos alunos das escolas e acções de formação dirigidas a pais e professores relativamente às toxicodependências. Muitas vezes nem se fala de toxicodependência, fala-se da promoção das competências sociais e pessoais. Trata-se de poder dar outras capacidades às pessoas para que elas quando tiverem oportunidade possam dizer não”.A socióloga, 29 anos, residente em Azambuja, dá também apoio a projectos educativos nas várias escolas do concelho de Azambuja. “O sociólogo é polivalente”, explica Zília Brito. Muitas vezes pensa-se que o sociólogo só faz investigação, mas a verdade é que a técnica acaba por fazer sociologia no dia a dia. “O facto de nos deslocarmos às escolas, de falarmos com professores, de desenvolvermos acções do plano municipal de prevenção das toxicodependências, embora não sendo trabalhos de investigação, permite-nos fazer sociologia porque estamos em permanente contacto com as pessoas e vemos os problemas sociais que existem”, analisa.Um dos trabalhos iniciais previstos para a socióloga era o levantamento socio-económico do concelho, uma vez que ainda não havia trabalho na área, mas o projecto continua pendente porque não há tempo para o iniciar, tal como o trabalho do levantamento do insucesso escolar. “Gostaríamos muito de levar isso para a frente, mas existem tantas outras coisas que são necessárias que estas acabam por ficar para trás por falta de tempo”, justifica.Zília Brito já colaborou com o animador da Univa – Unidade de Inserção na Vida Activa, mas a não trocaria por nada o trabalho que está a desenvolver com a equipa da divisão de educação. “Não temos um concelho muito grande e isso permite estabelecer uma relação próxima com as escolas, concelhos executivos e com os próprios alunos. É muito gratificante”.Durante o ano lectivo a socióloga encarrega-se também do acompanhamento do trabalho desenvolvido nos Ateliers de Tempos Livres e refeitórios e no final do ano avalia a acção social escolar, para ver quais os alunos que precisam de apoio. O dia de trabalho da socióloga inicia-se às 9h00 e prolonga-se até às 17h30, mas quando é necessário o dia de trabalho estende-se até tarde. “A equipa é pequena e isso obriga por vezes a ficar mais tempo”. Zília Brito formou-se em sociologia na Universidade da Beira Interior, na Covilhã. Quando terminou o curso, tal como a maioria das pessoas, dirigiu-se ao centro de emprego na esperança de encontrar uma oportunidade.Terminou o curso em Junho e em Outubro desse ano telefonaram-lhe do centro de emprego para fazer um estágio profissional de nove meses na Câmara Municipal de Azambuja. A experiência profissional alargou-se por mais três meses, mas na altura a autarquia não tinha condições de a contratar.Durante um ano esteve a fazer alguns trabalhos fora na área da sua formação, a fazer arquivos e num projecto de auditoria. “Para determinados sítios temos habilitações a mais. Acaba por ser um pouco ingrato”, recorda. Voltou depois de ser admitida num concurso lançado pela câmara.Confessa que quando acabou o curso não sabia o que a esperava no mercado de trabalho. “Quando estamos a estudar não temos a noção da realidade por muito que possamos pensar e por mais estágios que realizemos. Acima de tudo a pessoa tem que ser polivalente, flexível e tem que estar preparada para enfrentar uma série de situações. Há pequenas coisas que têm que ser resolvidas no momento”.O contacto com as pessoas, a inter-relação que estabelece e a possibilidade de trabalhar na sua equipa é o que mais lhe agrada na profissão. A maior dificuldade é a burocracia que por vezes é grande. “Acho que é uma dificuldade que muitas pessoas enfrentam, mas que ninguém gostaria de ter porque penso que todos gostam de dar respostas rápidas. Mas isso nem sempre é possível”.Ana Santiago

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