O cabeça de lista do BE às europeias acusou o Governo de querer promover a construção civil em zonas protegidas, através da privatização da Companhia das Lezírias. Miguel Portas visitou as instalações da empresa, em Samora Correia, na sexta-feira, 4 de Junho.“É espantoso que quando uma empresa de capitais públicos consegue pôr um território de 180 mil hectares a funcionar de forma harmoniosa, a primeira ideia (do Governo) é privatizar”, criticou. Após uma reunião com administradores da Companhia das Lezírias e durante uma visita à Coudelaria, o candidato salientou que se trata de uma empresa de capitais públicos que tem apresentado “resultados económicos positivos”, constituindo também uma “garantia de qualidade ambiental de toda a região”.Além disso, considerou o candidato do Bloco de Esquerda, a manutenção da companhia é um travão à construção civil, ao contrário do que sucede noutras zonas limítrofes. “Toda a região de Alverca também já foi lezíria” e “hoje é betão”, sublinhou.Para Miguel Portas, os interessados na privatização da Companhia das Lezírias pretendem transformar os milhares de hectares numa imensa área de construção.“Se esta companhia dá dinheiro, há quem queira comprá- la e fazê-la ganhar mais dinheiro, introduzindo betão e mais betão” através de alterações na classificação dos terrenos, actualmente em Reserva Agrícola e Ecológica Nacional.“Estão hoje. E amanhã?”, questionou Miguel Portas, considerando que “há todos os motivos de receio” sobre o futuro da região, caso avance o processo de privatização.