uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

Sem coelhos na cartola

Ministro da Cultura ouviu alertas quanto ao futuro do Teatro Rosa Damasceno mas não deixou soluções mágicas

O ministro da Cultura foi a Santarém inaugurar uma exposição e ouviu algumas preocupações relativamente ao Teatro Rosa Damasceno. Pedro Roseta disse que não pode tirar coelhos da cartola, mas garantiu que o Governo tem uma palavra a dizer quanto ao futuro da sala de espectáculos.

O ministro da Cultura afirmou, sexta-feira em Santarém, que a entidade que tutela tem a última palavra relativamente ao futuro do Teatro Rosa Damasceno que, recentemente, foi vendido pelo Clube de Santarém a um empresário da cidade. Ou seja, a eventual alteração da finalidade da sala de espectáculos vai ter ser caucionada pelo Governo, dado tratar-se de um imóvel classificado.Pedro Roseta, que se deslocou àquela cidade para inaugurar a exposição “Santarém e o Magreb”, patente no Museu de São João do Alporão, foi alertado para a situação pelo presidente da câmara escalabitana, Rui Barreiro (PS), que ainda tem esperança de fazer valer o direito de preferência da autarquia na aquisição do espaço.O governante foi ainda confrontado com alguns cartazes, empunhados por elementos ligados à associação de defesa do património, que reclamaram uma intervenção urgente no Convento de São Francisco e a instalação ali de um museu da tumulária, que permita o regresso à cidade do património deslocado que, actualmente, se encontra no Museu do Carmo, em Lisboa. O Convento de São Francisco, junto à Escola Prática de Cavalaria, é monumento nacional e encontra-se ao abandono, sem qualquer utilização sistemática há largos anos. As obras de conservação têm-se arrastado no tempo e são da responsabilidade do Estado.A esse respeito, e depois de também ter ouvido o presidente da câmara reclamar a sua atenção para o caso, Pedro Roseta declarou que os problemas apontados “não são só de Santarém” e que “não estão esquecidos”. Mas reconheceu que, naquela oportunidade, não tinha uma solução mágica para os resolver. “Não tenho coelho nem cartola”, referiu com algum humor. “Se houver vontade política da autarquia, com certeza que o Governo vai colaborar”, acrescentou.A herança árabeSabia que Benfica é um topónimo de origem árabe? A visita à exposição “Santarém e o Magreb”, inaugurada sexta-feira no Museu de São João do Alporão, permite adquirir esse conhecimento, bem como ficar a saber que muitas dos nomes de aldeias e vilas da nossa região são oriundos de vocábulos árabes.Mas não se fica por aí a informação acerca da herança árabe deixada pela ocupação islâmica em Santarém. O resultado de inúmeras escavações arqueológicas realizadas na cidade permitiu trazer à luz do dia um vasto espólio ali exposto, designadamente inúmeras peças em cerâmica.Luís Mata, comissário da exposição que se prolonga até Setembro de 2005, referiu na presença do ministro da Cultura que a mostra é a expressão de um trabalho continuado, ao longo dos últimos anos, e não fruto de qualquer razão conjuntural, numa altura em que a relação entre o mundo ocidental e o Islão está na ordem do dia. A maior parte das peças expostas faz parte do espólio do museu municipal.

Mais Notícias

    A carregar...