A estratégia para a sucessão de António José Ganhão na presidência da Câmara Municipal de Benavente falhou. O objectivo do autarca, que lidera o município desde 1979 e somou oito maiorias absolutas, era deixar a câmara em Abril e dar o lugar ao vice-presidente Carlos Coutinho, mas a CDU teve receio de arriscar a mudança. Avaliada a situação, autarcas e dirigentes da CDU recea-ram que o número dois não conseguisse garantir a vitória nas próximas eleições em 2005 e desafiaram António Ganhão a recandidatar-se com o firme propósito de procurar um sucessor com perfil para ir às urnas.Numa grande entrevista a O MIRANTE, a publicar na próxima quinta-feira, António José Ganhão elogia as qualidades pessoais e o desempenho do seu número dois, mas considera que Carlos Coutinho não é um homem com cariz para disputar uma eleição. Na conversa o autarca reconhece os atrasos nas obras em curso e critica a oposição que só aparece na véspera das eleições.António Ganhão, que é também vice-presidente da nova Comunidade Urbana da Lezíria do Tejo não se revê neste processo de “regionalização”, mas acredita que poderá ser um processo evolutivo que concretize a ideia da descentralização que há muito reclama. O autarca com 25 anos de poder está para durar e mesmo depois de deixar a Câmara de Benavente poderá vir a ser candidato noutro concelho.