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“Cada música é um pequeno filme”

“Cada música é um pequeno filme”

Qwentin foi a primeira banda do Cartaxo a tocar no Festival do Tejo

Cinco músicos do Cartaxo juntaram-se há dois anos para formar a melhor banda do mundo. Chamam-se Qwentin e propõem um rock alternativo. Esperanto, afegão e indiano são alguns dos idiomas cantados por uma banda que quer ultrapassar as fronteiras nacionais.

É tarde de domingo no recinto do Festival Tejo, na Praia Fluvial de Valada (Cartaxo). À sombra o termómetro atinge os 40 graus centígrados. No Palco Talentos do Tejo soltam-se uns acordes e algumas palavras em italiano. Os Qwentin preparam o som para o grande espectáculo da noite. Em apenas 20 minutos os cinco amigos do Cartaxo – Drepoupolos, Qwon-hall, Vjlasson, Gospodar e Morloch - esperam mostrar o que valem na primeira grande aparição em público e fazer as temperaturas subir ainda mais. O primeiro lugar num concurso organizado pela Câmara de Azambuja valeu-lhes a hipótese de actuar ao lado de bandas que sempre os influenciaram, como os Clã e Mão Morta. Esperanto, afegão, indiano, bósnio, italiano, francês, espanhol e português são as línguas de eleição de um grupo que quer assumir-se como europeu e que tem a ambição de ultrapassar as fronteiras portuguesas. Procuram novos idiomas para cada tema, tentando fugir sempre que possível ao inglês convencional. “Curta Metragem” foi o nome escolhido para a maquete de dez músicas produzida pelo grupo - os filhos de Qwentin, como se auto-intitulam - que por enquanto só vai passando no circuito dos amigos. “Qwentin é como se fosse o nosso pai. É o grande maestro. É quem fala nos concertos. É o narrador e realizador dos nossos filmes. No fundo somos actores dele. Somos seus filhos”, resume prontamente o vocalista Gospodar (tradução do seu apelido em bósnio).Os cinco amigos de infância, que em comum têm o gosto pela música, são acima de tudo contadores de histórias. Cada música é um pequeno filme. “Um filme não tem refrões. Tem um seguimento lógico. As nossas músicas também não têm refrões. Tem um andamento como se fosse um filme com um início, um desenvolvimento e um fim. Todas as histórias são assim, como nos filmes e como na vida”, reforça Gospodar.Nas músicas contam as histórias de Qwentin, um viajante sonhador. Brincam com jogos mentais e com a noção da verdade. São sobretudo curtas metragens. Desde o “Uomo- tutto”, em italiano, a história de um homem que discute com Deus, até “Jornalisma”, em português, uma espécie de aneurisma do jornalismo que deturpa a verdade.Um dos elementos é professor de música no Cartaxo e enquanto não têm um espaço dedicado aos ensaios na cidade é lá que dão largas à imaginação musical.Vestidos com o rigor do preto tocam um rock alternativo àquilo que existe, mas acreditam que daqui a uns tempos possa ser rotulado como o som da moda. “É um som estranho, que a gente espera que sendo estranho se entranhe”. Para o ano esperam merecer pelo seu trabalho o convite para voltar a preencher o palco do Tejo.Foi no parque de campismo durante o Festival Tejo, na Praia da Casa Branca, em Azambuja, que a banda deu o primeiro concerto há um ano. A 24 de Agosto irão mostrar o seu trabalho num concerto no Hard Rock Café, em Lisboa. A oportunidade poderá ser um momento único da carreira do grupo que estabeleceu como meta ser “a melhor banda do mundo”.Ana Santiago
“Cada música é um pequeno filme”

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