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“Sabíamos que as coisas estavam más mas não esperávamos tanto”

Presidente da Comissão Administrativa do Sporting de Tomar preocupado com a situação do clube

O Sporting de Tomar está a viver uma das piores fases da sua existência. As dívidas são mais que muitas, a sede está velha e degradada e o clube tem de jogar em casas emprestadas. Rosa Dias, presidente da Comissão Administrativa que gere a colectividade há mês e meio, está preocupado, mas espera que, com a ajuda da Câmara de Tomar, se possa ultrapassar a situação.

A Comissão Administrativa que, há cerca de mês e meio, tomou conta dos destinos do Sporting de Tomar, ficou estarrecida com a situação que foi encontrar. A desorganização era total, as dívidas ascendiam a mais de 200 mil euros, a organização administrativa não existia e, para culminar a difícil vida do clube, faltam instalações para a prática das modalidades dinamizadas pelo clube, obrigando a despesas suplementares com deslocações e alugueres de espaços para os atletas poderem desenvolver a sua actividade.O professor Rosa Dias é o homem que, conjuntamente com outros sete elementos, aceitou gerir o Sporting de Tomar numa situação tão difícil. “Sabíamos que as coisas estavam más, mas não esperávamos tanto”, referiu logo a começar a conversa com O MIRANTE.“Tomámos posse há cerca de um mês e meio, temos trabalhado aqui diariamente, começámos pela organização administrativa, estamos a organizar ficheiros e a colocar a escrita em ordem. Mas é a parte financeira que mais nos dói. Não esperávamos que as coisas estivessem tão más”, referiu Rosa Dias, sem que com isso tivesse uma palavra de acusação para os dirigentes que os antecederam.No campo financeiro, a prioridade da Comissão Administrativa tem passado pelo diálogo com os credores para fazer um entendimento com o clube de forma a que a divida seja saldada a contento das duas partes. “Posso dizer que já conseguimos fazer face à dívida que o clube tinha para com as Finanças e que já pagámos um pouco mais de 8 mil euros. Temos pago a pequenos fornecedores e liquidámos a dívida que tínhamos à Associação de Patinagem do Ribatejo, que era na ordem de alguns milhares de euros, e nos impedia de inscrever jogadores. Estamos na luta da organização, e estamos a dar passos importantes para a sua dinamização”, garantiu Rosa Dias.Falta de instalaçõesMas quando se aproxima a data das comemorações do 90º aniversário do Sporting de Tomar, as preocupações não são só estas. Existe também o problema das instalações para desenvolver as suas actividades e também das péssimas condições em que se encontra o edifício da sede social. “A melhor prenda de anos que podiam dar ao Sporting de Tomar seria a de novas instalações, que em princípio, vão ficar todas no Pavilhão Jacom Raton”, referiu.Mas se a regularização das dívidas e a reorganização administrativa, são as grandes preocupações, a preocupação na parte desportiva não é menor, porque o clube continua a andar com a casa às costas todos os dias. E essa é uma realidade bem plausível. O ano passado, antes do início dos campeonatos de patinagem, a Câmara Municipal de Tomar, resolveu iniciar obras no recinto que o clube usava há mais de quarenta anos, sem que primeiro tivesse encontrado soluções para salvaguardar a posição do Sporting de Tomar.“O Sporting de Tomar ficou sem casa de um dia para o outro. Houve que procurar soluções e elas foram penosas para o clube, que teve que começar a pagar rendas de utilização e ainda passou a ter que levar os jovens de todas as categorias a deslocações diárias para treinos e jogos. Foi uma época desastrosa e que, infelizmente, vai continuar, porque as obras de construção do Pavilhão Jacome Raton estão muito atrasadas. Eram para estar prontas em Setembro, mas agora tudo aponta que só terminem lá para Março do próximo ano”, referiu Rosa Dias.Ajuda da câmara é fundamentalÉ por tudo isto que Rosa Dias, diz que o clube precisa da ajuda da autarquia. Ajuda que só pode ser encontrada num base de diálogo são e correcto. Diálogo que parece não ter existido no passado, mas que a actual direcção está a desenvolver. “Já tivemos uma primeira reunião com a autarquia para lhe apresentarmos o problema, e o presidente prometeu que ia ser estudado. Já recebemos uma convocatória para uma nova reunião, esperamos, e temos a certeza, que o executivo é sensível ao nosso problema e nos vai ajudar”, disse esperançado o presidente da Comissão Administrativa do Sporting de Tomar.Apesar de todas estas contrariedades e de todas as dificuldades que estão a encontrar para desenvolverem o seu trabalho, os membros da Comissão Administrativa do Sporting de Tomar, estão convictos de que é possível incrementar o desenvolvimento do clube. “Vamos continuar com todas as camadas da patinagem, e pretendemos voltar a dinamizar as modalidades de badminton e voleibol, que já foram fortes no clube. E sobretudo queremos resolver os problemas das dívidas e da organização administrativa, para que no mais curto espaço de tempo possamos entregar o clube a uma direcção”, garantiu o presidente da Comissão Administrativa.

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