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Acampamento atribulado

Acampamento atribulado

Fernanda Monteiro estava casadinha de fresco quando um grupo de amigos a desafiou a acampar no Algarve. O marido, habituado às atribulações do campismo, não hesitou em aceitar o convite. À única estreante, entre muitos campistas experientes, restava despojar-se dos confortos da civilização e mergulhar de cabeça na aventura.No parque de campismo de Canelas, em Armação de Pêra, os amigos prepararam uma tenda que colocaram debaixo de uma árvore. “Sei que passei a noite toda sem dormir, deitada no chão e com medo dos bichos. A árvore bateu toda a noite na tenda e lembro-me que estava aterrorizada”, recorda a empresária da firma de construções “Grupoide”, em Azambuja.Mas a primeira noite passada em claro foi apenas o começo de umas férias de um mês como campista, que não deixaram muitas saudades a Fernanda Monteiro, 43 anos, na altura com pouco mais de 20. Quando chegou a hora do duche, nos balneários do parque de campismo, pendurou a roupa sobre a porta. Estava já ensaboada e de shampô no cabelo quando reparou que a sua roupa tinha desaparecido. “Entrei em pânico”, descreve. Não lhe restou outra hipótese senão gritar e pedir às outras campistas, que não conhecia de qualquer parte, que trouxessem uma toalha. Até hoje a roupa nunca mais apareceu e o mistério ficou por desvendar.Um dos casais amigos com quem estavam acampados tinham um carro já muito velho, que certa vez as mulheres decidiram levar para ir conhecer a noite de Albufeira. O banco do carro estava muito chegado atrás porque o condutor habitual do veículo tinha as pernas compridas. “Tentámos puxar o banco para chegar até aos pedais, mas não conseguíamos”, lembra entre algumas gargalhadas. A solução foi colocar umas quantas almofadas nas costas para que Fernanda Monteiro pudesse conduzir sentada mesmo à beirinha do banco.Quando chegaram a um cruzamento o carro parou e foi difícil conseguir que voltasse a trabalhar. As três amigas tiverem que ir para as traseiras do veículo. “Passámos a noite toda a pé a empurrar o carro. Cada vez que parávamos tínhamos que o colocar num sítio inclinado para que voltasse a pegar”.Depois da experiência desconcertante de Armação de Pêra Fernanda Monteiro nunca mais voltou a pernoitar no incómodo chão de uma tenda. As férias seguintes foram passadas a bordo de uma roulotte. Hoje em dia é normalmente num apartamento que fica hospedada na companhia do marido e dos dois filhos, um jovem de 17 anos e uma menina de nove.A intensa actividade de empresária raramente lhe deixa tempo para viajar. Os fins de semana que a família consegue transformar em mini-férias são quase sempre passados sob o calor tórrido das temperaturas do Algarve - o destino que a empresária prefere para retemperar forças para mais uma jornada de trabalho.
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