Foi pena que O MIRANTE, na edição de 15 de Julho, não tenha publicado na mesma página dois assuntos relativos a Torres Novas. As enormes carências no sector do saneamento básico e a intenção de construir, na rotunda sul da cidade, uma cascata e instalar um ecrã gigante. O contraste ajudaria a perceber que alguma coisa vai malNão sou contra o embelezamento das cidades. Gosto de muitas obras que foram feitas na cidade de Torres Novas e que lhe deram melhor aspecto. Provavelmente vou gostar da tal cascata na entrada sul, mas lamento que não tenha sido feito o que havia a fazer no sector do saneamento.Não sou demagógica ao ponto de defender que o dinheiro das rotundas e outras melhorias no tecido urbano deveria ser aplicado em Estações de Tratamento de Esgotos. Sei que muitas daquelas verbas são canalizadas através de programas de financiamento específicos e não podem ser desviadas para outros fins. O que me leva a concluir que foi feito um mau trabalho autárquico na altura em que o dinheiro que vinha da União Europeia se destinava ao saneamento básico. De vez em quando oiço inflamados discursos sobre as virtudes do trabalho autárquico. Do trabalho dos autarcas. É preciso evitar generalizações para não cairmos em exageros. Há trabalho autárquico e trabalho autárquico. Há autarcas e autarcas. E há mais. O mesmo autarca pode fazer coisas muitos boas e outras muito más.O poder autárquico em Torres Novas falhou no sector ambiental. Falhou redondamente. Fez um mau trabalho. Desleixou-se. É bom que se tenha isso em conta. Algumas aldeias têm largos arranjados e ruas alcatroadas mas as linhas de água poluídas porque os esgotos não são tratados. Canalizaram-se energias para o que tem mais visibilidade. Lamento que tenha sido assim. E não vale a pena meter partidarismos ao barulho. Falhou o poder autárquico quando a câmara era PSD e falhou agora com o PS.Rute Anunciação Lino(Texto enviado através de correio electrónico)