Comprar sem ter dinheiro para pagar
DECO tem gabinete para auxiliar cidadãos endividados a negociarem dívidas
A Associação para a Defesa do Consumidor (DECO) tem um gabinete de apoio e acompanhamento aos consumidores que não conseguem pagar todos os seus encargos mensais. A ajuda, sob a forma de mediação, é gratuita. Só este ano, já auxiliou 28 pessoas da região a negociarem as dívidas com os credores.
O gabinete de apoio e acompanhamento do consumidor sobre-endividado, que a Associação para a Defesa do Consumidor (DECO) criou em Santarém, já ajudou este ano cerca de três dezenas de pessoas de todo o distrito a negociarem as suas dívidas com os credores.Nesta estrutura, que existe em todos os distritos do país, a DECO assume um papel de mediação entre o cliente e a entidade financeira, tentando chegar a um entendimento que satisfaça as necessidades das duas partes: a dos credores, que querem receber, e a dos consumidores, que querem pagar mas não têm meios para liquidar as prestações mensais.Ainda por cima, muitas vezes as entidades credoras recusam-se sequer a negociar com o cliente e exigem o pagamento imediato da dívida. Só a partir da entrada da DECO no processo de mediação mudam a sua postura e preferem voltar a negociar directamente com o cliente.A maior parte das pessoas que solicita ajuda surge em situação muito complicada, com perto de uma dezena de dívidas. Pode parecer muito, mas não é. Basta a família ter um crédito à habitação, prestações de dois carros, dois cartões de crédito, dois telemóveis, TV por cabo, luz e água, situações comuns em muitas famílias. Até ao momento, a situação mais grave que surgiu no gabinete de Santarém foi um caso de uma família com 15 dívidas diferentes.A primeira medida aconselhada pela DECO é o cancelamento imediato dos cartões de crédito. Não resolve as responsabilidades passadas mas evita o aumento da dívida. Dado este passo, a jurista da associação, em conjunto com o consumidor, tenta elaborar um orçamento familiar para encontrar a verba que resta para pagar as prestações. É a partir daí que entra em contacto com os credores, negociando novos valores mensais e prazos de pagamento mais dilatados, por exemplo. No entanto a DECO só intervém se o assunto não estiver em tribunal.Fazendo o perfil-tipo do consumidor que tem pedido ajuda no gabinete de Santarém, a jurista Elionora Cardoso aponta para pessoas na casa dos 35 - 40 anos, com habilitações médias e vencimentos médios. A maior parte são mulheres e aparecem com os mais variados estados de espírito. Há quem vá numa perspectiva quase turística, mas também há quem chegue a chorar de desespero.“A maioria dos casos que aparecem são por má gestão dos rendimentos, porque são pessoas que não ganham propriamente mal”, revela a jurista. Ao lado destes há também uma boa percentagem de casos em que alguém do agregado familiar fica desempregado ou doente, com as consequências óbvias para o orçamento familiar.Na maior parte das situações, o crédito à habitação é a única prestação que não está em atraso. As restantes já estão, normalmente, há três ou quatro sem serem pagas. Elionora Cardoso diz que muitas pessoas desvalorizam o atraso nas prestações do carro, pensando que devolvem a viatura e a dívida fica paga, o que não é verdade.“As firmas levam o carro que depois é leiloado pelo preço base da dívida e não do carro. O restante continua em dívida”, esclarece. Ouve um caso recente de uma senhora que ainda devia metade do carro mas tinha três prestações em atraso (cerca de 600 euros). Ficou sem o carro, que já tinha pago metade, e com a outra metade para pagar.A esmagadora maioria das dívidas são relativas a cartões de crédito ou às chamadas SFAC’s (sociedades financeiras de aquisição a crédito), que emprestam dinheiro sem se preocuparem muito se o cliente tem ou não capacidade para pagar.A jurista da DECO de Santarém alerta para que os consumidores, no acto da compra, tenham atenção ao que estão assinar. Em caso de dúvida, podem contactar o gabinete através do telefone 243 329 950 ou na Rua Pedro de Santarém, nº59, 1º Esquerdo. Todo o aconselhamento prestado é gratuito e sigiloso. Em 2004 o gabinete já tratou de 33 casos, 28 dos quais foram solucionados.O gabinete de apoio e acompanhamento do consumidor sobre-endividado, que a Associação para a Defesa do Consumidor (DECO) criou em Santarém, já ajudou este ano cerca de três dezenas de pessoas de todo o distrito a negociarem as suas dívidas com os credores.Nesta estrutura, que existe em todos os distritos do país, a DECO assume um papel de mediação entre o cliente e a entidade financeira, tentando chegar a um entendimento que satisfaça as necessidades das duas partes: a dos credores, que querem receber, e a dos consumidores, que querem pagar mas não têm meios para liquidar as prestações mensais.Ainda por cima, muitas vezes as entidades credoras recusam-se sequer a negociar com o cliente e exigem o pagamento imediato da dívida. Só a partir da entrada da DECO no processo de mediação mudam a sua postura e preferem voltar a negociar directamente com o cliente.A maior parte das pessoas que solicita ajuda surge em situação muito complicada, com perto de uma dezena de dívidas. Pode parecer muito, mas não é. Basta a família ter um crédito à habitação, prestações de dois carros, dois cartões de crédito, dois telemóveis, TV por cabo, luz e água, situações comuns em muitas famílias. Até ao momento, a situação mais grave que surgiu no gabinete de Santarém foi um caso de uma família com 15 dívidas diferentes.A primeira medida aconselhada pela DECO é o cancelamento imediato dos cartões de crédito. Não resolve as responsabilidades passadas mas evita o aumento da dívida. Dado este passo, a jurista da associação, em conjunto com o consumidor, tenta elaborar um orçamento familiar para encontrar a verba que resta para pagar as prestações. É a partir daí que entra em contacto com os credores, negociando novos valores mensais e prazos de pagamento mais dilatados, por exemplo. No entanto a DECO só intervém se o assunto não estiver em tribunal.Fazendo o perfil-tipo do consumidor que tem pedido ajuda no gabinete de Santarém, a jurista Elionora Cardoso aponta para pessoas na casa dos 35 - 40 anos, com habilitações médias e vencimentos médios. A maior parte são mulheres e aparecem com os mais variados estados de espírito. Há quem vá numa perspectiva quase turística, mas também há quem chegue a chorar de desespero.“A maioria dos casos que aparecem são por má gestão dos rendimentos, porque são pessoas que não ganham propriamente mal”, revela a jurista. Ao lado destes há também uma boa percentagem de casos em que alguém do agregado familiar fica desempregado ou doente, com as consequências óbvias para o orçamento familiar.Na maior parte das situações, o crédito à habitação é a única prestação que não está em atraso. As restantes já estão, normalmente, há três ou quatro sem serem pagas. Elionora Cardoso diz que muitas pessoas desvalorizam o atraso nas prestações do carro, pensando que devolvem a viatura e a dívida fica paga, o que não é verdade.“As firmas levam o carro que depois é leiloado pelo preço base da dívida e não do carro. O restante continua em dívida”, esclarece. Ouve um caso recente de uma senhora que ainda devia metade do carro mas tinha três prestações em atraso (cerca de 600 euros). Ficou sem o carro, que já tinha pago metade, e com a outra metade para pagar.A esmagadora maioria das dívidas são relativas a cartões de crédito ou às chamadas SFAC’s (sociedades financeiras de aquisição a crédito), que emprestam dinheiro sem se preocuparem muito se o cliente tem ou não capacidade para pagar.A jurista da DECO de Santarém alerta para que os consumidores, no acto da compra, tenham atenção ao que estão assinar. Em caso de dúvida, podem contactar o gabinete através do telefone 243 329 950 ou na Rua Pedro de Santarém, nº59, 1º Esquerdo. Todo o aconselhamento prestado é gratuito e sigiloso. Em 2004 o gabinete já tratou de 33 casos, 28 dos quais foram solucionados.
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