Concurso guloso
Associação de Junceira, Tomar, organiza competição de doçaria caseira
Numa aldeia do concelho de Tomar, a tarde do último domingo foi doce, tão doce como as dez iguarias apresentadas à mesa, no III Concurso de Bolos Caseiros da freguesia de Junceira.
“Fui eu que ajudei a fazer este bolo”, diz o pequeno Vicente, apontando para a torta de amêndoa polvilhada de açúcar. A mãe, Adelaide, confirma. “Foi ele que pesou os ingredientes e foi buscar as amêndoas à dispensa”, diz sorridente uma das dez doceiras que no último domingo participou no concurso de Bolos caseiros da freguesia da Junceira, Tomar.Organizado pela Associação Recreativa e Cultural local, o concurso já vai na terceira edição mas, lamenta Lúcia Vicente, este ano houve menos concorrentes. Dez foi exactamente o número de doçarias em concurso. Perfilhados em cima das toalhas brancas “mostravam-se” aos clientes mais gulosos bolos de amêndoa, noz, côco, chocolate, maçã e até de vinagre. As tortas de laranja, amêndoa e figo, cortadas em fatias generosas, mediam forças com as outras iguarias.Ana Maria Almeida era das poucas forasteiras presentes. Veio do Entroncamento com a família propositadamente para averiguar se as doceiras da Junceira tinham apenas fama ou também o proveito. “Até agora os que provei era bons”, afiança, apontando para os bolos de chocolate e de noz.Ao contrário, Celeste Fernandes, moradora na aldeia, tinha uma crítica a fazer – a torta de laranja estava demasiado doce. Se calhar porque aquele era um concurso doce.Lurdes Paz, cunhada da organizadora da iniciativa, é a “pasteleira da família”. No primeiro ano arrecadou o prémio maior e o ano passado ganhou um segundo lugar, sempre com a mesma receita – uma tarte de noz. Mas este ano não estava tão confiante. “Não sei porquê, se calhar porque em vez da tarte decidi trazer uma torta”.Ao lado de cada doce, encimado com o respectivo nome, havia oito papelinhos. Só os primeiros oito clientes tinham direito de votar, para tornar o concurso mais verdadeiro. “É que há sempre bolos maiores que outros e nesse caso uns tinham mais votos que outros”, justifica Lúcia Vicente.Cada cartão debruçava-se sobre três itens – apresentação, paladar e doçura. E em cada um os comensais tinham de assinalar uma cruz que ia de bom a não satisfaz. O bolo de noz foi o que obteve maior votação, com Maria Celeste Marques a levar para casa o prémio, um guarda-jóias em estanho.Na sala da sociedade recreativa, as mulheres estavam em maioria. Ou melhor, eram as mulheres que mais fatias comiam, ao preço unitário de 50 cêntimos. Os homens, esses, preferiam jogar às cartas, que coisas doces é mais com elas. Margarida Cabeleira
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