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Patriotismo em nome da região

Fonseca Ferreira e José Eduardo Carvalho defendem a regionalização e a marca Ribatejo

“As condições geoestratégicas em que se encontra o Ribatejo são fundamentais. É preciso que haja patriotismo na defesa da região”. Estas são algumas das declarações de Fonseca Ferreira proferidas no passado dia 29 no Cartaxo, e que foram precedidas de declarações do presidente do NERSANT que considerou que “a falta de incentivos ao investimento privado no distrito de Santarém põe em causa todo o nosso trabalho e todos os nossos os sonhos”.

O Presidente da CCRLVT, Fonseca Ferreira, apelou ao patriotismo para que os ribatejanos se unam em torno dos interesses da sua região. Falando num seminário no Cartaxo, que se realizou no dia 29 integrado na Expo-Cartaxo, e que tinha como tema o nó directo de acesso e as suas consequências, Fonseca Ferreira salientou ainda a importância da marca Ribatejo como um dos pontes fortes da nossa região.Para o responsável pela Comissão de Coordenação Regional de Lisboa e Vale do Tejo o contraponto à globalização são as regiões e as culturas regionais. “O Ribatejo tem uma situação impar no país porque está situado perto de Lisboa e numa posição charneira na ligação a Espanha. Tem ainda um território de excelência no domínio da agricultura e florestas para além de outros. Se existem todas as condições como é que se governa?”, perguntou, para responder de seguida que “não é com o território todo partido aos bocados”.Defensor da regionalização, Fonseca Ferreira admitiu ainda que “não haverá verdadeira reforma da administração publica se não se voltar a discutir as vantagens da regionalização”.Recorrendo à sua vasta experiência, e citando os anos em que trabalhou na Câmara de Lisboa, Fonseca Ferreira disse que aquela autarquia é o retracto do país, pois tem cerca de 11 mil funcionários e um projecto de organização interna que está na gaveta desde há uma década”.O exemplo serviu para reforçar a sua opinião de que sem regionalização não haverá mudanças significativas em Portugal. Por outro lado defendeu e sublinhou que o que faz uma região de sucesso são os seus agentes e o trabalho de parceria dos seus agentes, mostrando-se satisfeito por ver na mesma mesa algumas entidades que já dão corpo a essa união.Antes de Fonseca Ferreira falou José Eduardo Carvalho, Presidente da NERSANT que começou a sua intervenção logo por pôr o dedo na ferida, dando aliás o mote ao anterior orador que também elogiou por ser um homem que conhece bem os problemas do país e da nossa região em particular.“ Se o referendo sobre a regionalização fosse hoje eu votava a favor. Verifico que há cada vez mais a necessidade de governância a nível territorial. E os exemplos dos outros países não deixam dúvidas. Precisamos de criar marcas e de gerir competitividade. O Cartaxo sozinho não chega a lado nenhum”, disse JEC depois de ter aberto as “hostilidades” falando da necessidade de “criar uma marca que venda uma região”.Continuamos a dividir esta região de forma que pode ser irreversível, nomeadamente com a criação de duas comunidades urbanas. Como é que é possível não estarmos todos a trabalhar e a promover a marca Ribatejo que é o que temos de melhor, perguntou , para acrescentar de seguida que é preciso atrair investimento, é preciso meter na cabeça de quem pode tomar decisões que a atracção de investimento é o nosso principal objectivo. “Os investimentos na região dos últimos dez anos foram os mais baixos de sempre”, disse ainda o presidente da Nersant, para concluir depois que “a falta de incentivos ao investimento privado põe em causa todo o nosso trabalho e todos os nossos os sonhos”.O nó do progressoToda esta discussão surgiu a pretexto do debate sobre as consequências do nó directo de acesso que o Cartaxo vai ter com a auto-estrada.Da discussão ficou claro que o concelho vai sofrer um grande crescimento que por sua vez trará mais pressão imobiliária, valorização predial e crescimento de segunda habitação. A autarquia deverá preparar-se a tempo para os investimentos na área do saneamento, urbanização, recolha de lixo, luz e esgotos e, acima de tudo, para a necessidade de entregar a um grande arquitecto a concepção e o ordenamento deste aglomerado urbano de forma a cuidar do crescimento sustentado nos próximos 20 anos, conforme defendeu o presidente do NERSANT.Não faz sentido conceber projectos de desenvolvimento com reduzida dimensão e influência regional, defendeu ainda José Eduardo Carvalho, apelando ao entendimento entre as autarquias de Santarém e do Cartaxo. Curiosamente Paulo Caldas tinha na mesa apenas o presidente da Câmara da Azambuja.Para o edil cartaxense a autarquia vai ter que dar um salto de gigante de forma a dar respostas mais eficientes a todos os serviços que forem solicitados. Por isso Paulo Caldas admite uma revisão orgânica dos serviços a breve prazo.

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