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O candidato do PS à Câmara de Santarém e a falta de coragem política

O PS local, presumo que por falta de coragem política, prefere perder a Câmara de Santarém a fazer a renovação dos seus quadros e a pôr as pessoas correctas no sítio certo. Manter o que está é mais fácil, é preciso é não ”levantar ondas”. É de lamentar.

Estamos a um ano das eleições autárquicas e, como é natural, os partidos políticos começam a perfilar-se para a corrida eleitoral. O primeiro partido a apresentar a sua candidatura, a sua equipa, embora ainda só com carácter oficioso, é o Partido Socialista. Antes de começarmos a nossa reflexão gostaria de abrir um parêntesis para esclarecer os leitores que esta minha análise só deve ser contextualizada no plano dos projectos e das capacidades, e não no plano das pessoas. Não discuto pessoas, só discuto projectos e competências.É pois, neste contexto, que vamos hoje reflectir sobre a candidatura do Partido Socialista à câmara de Santarém. Para ser mais explicita na minha análise vou dividir o tema em três grandes questões; o da CANDIDATURA , o do PS LOCAL, e o do PS NACIONAL.A candidatura de Rui Barreiro é, na minha opinião, perfeitamente absurda. Não faz sentido a recandidatura de uma equipa que primou pelo vazio de projectos de desenvolvimento, pela inoperância, pelo acentuar do endividamento da autarquia, e pela falta de capacidade de dar a Santarém a força política necessária para confrontar e reivindicar junto do poder de Lisboa os recursos necessários à realização de projectos de que Santarém está tão carenciada. Só como exemplo aponto uma necessidade básica - o Centro de Saúde. Santarém é a única capital de distrito do país que não tem um centro de saúde condigno.Rui Barreiro afirma sistematicamente que Santarém é discriminada pelo poder central. A verdade sr. presidente é que os governos têm sido de alternância PS / PSD, então, e nos governos PS também fomos discriminados? O certo é que nos governos PS as verbas para a realização de infraestruturas básicas também não apareceram.Não podemos ser como a “avestruz”, temos de assumir as nossas responsabilidades. O que existe efectivamente é uma grande falta de protagonismo da Câmara de Santarém no contexto nacional. Senão vejamos o que aconteceu na Comunidade Urbana da Lezíria - CULT. O presidente natural da CULT seria, obviamente o de Santarém, mas como sabem, a presidência e vice-presidência desta comunidade foi entregue aos presidentes de câmara de Almeirim, Cartaxo e Benavente.E a nível regional? Onde está o líder da região? Também naturalmente seria o presidente da Câmara de Santarém que lideraria um projecto integrado de desenvolvimento regional, mas, como não lhe é reconhecida essa competência criou-se nesta área um hiato, com graves prejuízos para a região, que no meu entender é da responsabilidade do PS. E porquê?Aqui passamos ao patamar do PS local. A estrutura ideológica da Lezíria tem sido predominantemente socialista. Então não é compreensível, mas muito lamentável, que o PS com quadros e autarcas de valor na região, pessoas com provas dadas de saber gerir e desenvolver os seus municípios, ofereça a Santarém uma equipa que fez pontualmente alguma obra mas não conseguiu o que é primário e urgente. A criação de uma dinâmica de projecção nacional rumo ao desenvolvimento, tornar esta cidade e este concelho um pólo atractivo ao investimento. Santarém tem uma situação geográfica excelente, um património histórico único, boas acessibilidades, só nos falta realmente a capacidade política para levar Santarém para o mapa de Portugal.Para consubstanciar este ponto gostava de referir que Santarém é a única cidade do país onde qualquer evento é feito “de costas voltadas” para os agentes económicos e para o desenvolvimento da cidade. Senão vejamos: está a decorrer o Festival Nacional da Gastronomia que traz a Santarém milhares e milhares de pessoas de todo o país. No centro da cidade o movimento diminuiu. Quem deveria coordenar sinergias e tirar partido a nível do desenvolvimento local destas iniciativas? Esta equipa, a este nível também já deu provas de grande incapacidade.Será que os munícipes de Santarém estão condenados ao ostracismo? O PS local, presumo que por falta de coragem política prefere perder a Câmara de Santarém a fazer a renovação dos seus quadros e a pôr as pessoas correctas no sítio certo. Manter o que está é mais fácil, é preciso é não ”levantar ondas”. É de lamentar.Espero sinceramente que a oposição tenha a capacidade de se organizar e apresentar projectos e equipas validas para que Santarém reconquiste o peso e a dignidade, que urge, no contexto nacional.Agora vamos ao patamar do PS nacional. No congresso do PS José Sócrates criou expectativas aos portugueses no âmbito “das novas fronteiras”, mas, muito sinceramente ou as “novas fronteiras” ficaram em Guimarães ou não conseguiram subir o planalto escalabitano. Que grande decepção.Todos esperávamos que as “novas fronteiras” trouxessem uma “golfada de ar fresco” e de esperança para Santarém.Espero convictamente que o PS nas próximas eleições autárquicas em Santarém, fruto do seu imobilismo e da incapacidade demonstrada na resolução dos problemas do concelho seja fortemente penalizado pelo eleitorado. * Empresária / Vice-presidente da ACES / Autarca

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