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A arte de bem trabalhar o mármore

A empresa Ibero Mármore está sedeada na Lapa, Cartaxo, mas tem horizontes bem alargados
Um grupo de 15 operários que ficaram desempregados da Mármores de Portugal não ficou de braços cruzados. Juntaram-se e criaram a Ibero Mármores – Transformação e Comércio de Mármores, SA, com sede na Zona Industrial da Lapa, onde ainda resistem doze accionistas. Francisco Nico e Rogério Santos são os rostos mais visíveis de toda a estrutura. Começaram a operar num quintal com trabalhos artísticos mas cedo a “brincadeira” se tornou séria com várias encomendas na região do Cartaxo. Tanto que, dez anos depois, a Ibero Mármore realiza trabalhos para os sumptuosos palácios da Arábia Saudita.Os conhecimentos de um cliente em França proporcionaram o negócio com os “árabes”, que são considerados clientes exigentes mas cumpridores e daqueles que não se devem deixar escapar. Para o Médio Oriente seguiu um trabalho para revestimento de chão em várias peças, considerado bastante trabalhoso. “Só uma mão-de-obra especializada e de grande qualidade nos permite dar resposta a este tipo de trabalhos” refere Francisco Nico, adiantando que, nesses casos, tudo é feito manualmente e conforme o gosto do cliente.O distrito de Santarém é a base de trabalho da empresa, cujos trabalhos também se estendem a Lisboa, Algarve, com alguns a serem exportados para países como a França e Holanda. O “carimbo” da Ibero Mármore pode ser encontrado em muitos locais da região, de autarquias a bancos, em centros comerciais, escolas, vivendas e prédios. Nada que para Francisco Nico necessite da placa do autor da obra. “A melhor publicidade faz-se entre os clientes”, assegura. Recentemente, a Ibero Mármore foi distinguida com o Premio Prestígio Concelho do Cartaxo 2003 para a melhor empresa do ano. A Ibero Mármore faz a transformações e comércio de mármores e seus derivados, mas também de calcários e granitos, na realização de rochas ornamentais, corrimãos, aplicações em habitações e todo o tipo de instalações, ladrilhos, pilares, pavimentos, revestimentos, etc.A mudança para a zona industrial da Lapa deu-se em Agosto de 2000, onde construíram instalações adequadas e em conformidade com a legislação do Ministério da Indústria. Antes, as Iniciativas Locais de Emprego (ILE) deram um empurrão ao investimento.Na fábrica, o sector da produção está dividido entre o corte e os acabamentos, mas as instalações também contam com uma área de serviços administrativos, um refeitório e um balneário. “Boas condições que são prestadas por quem já esteve na situação de operário por contra de outrem”, recua no tempo Rogério Santos.Razões como a capacidade de trabalho e tecnológica não faltam para que os accionistas pensem em fazer crescer a empresa, aumentando a sua capacidade de produção e as instalações, mas esse passo está adiado. O excesso de oferta no sector da habitação em conjunto com a forte carga fiscal sobre as empresas e a falta de incentivos fazem com que esse investimento não seja suficientemente motivador nesta altura.

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