uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
Autismo e arrogância

Autismo e arrogância

CDU tece duras críticas à gestão socialista na Câmara de Torres Novas

Comportamento político autista, poder arrogante, autoritário e empobrecedor da democracia são algumas das acusações que a CDU de Torres Novas faz à gestão socialista da câmara municipal.

Em conferência de imprensa realizada sexta-feira, a CDU de Torres Novas desancou a gestão socialista que governa o município. O vereador na Câmara de Torres Novas, Carlos Tomé, e os vogais da assembleia municipal António Canais e José Vaz Teixeira, juntamente com Manuel Ligeiro, denunciaram todos os projectos anunciados pelo PS que não foram cumpridos, bem como a forma como foram executados alguns empreendimentos. Para justificar as afirmações, os eleitos da CDU compilaram todas as propostas feitas por Carlos Tomé, assim como as principais intervenções na câmara e na assembleia municipal. “Na câmara apresentamos 17 propostas, uma não chegou a ser votada, 13 foram reprovadas e quatro receberam voto favorável mas com alterações”, esclareceu o vereador.Da educação, à cultura, passando pelo ambiente e desporto nada mereceu por parte do PS uma orientação consistente. “O palácio dos desportos está em construção, mas continua por conclui o pavilhão dos Riachos”, recordam. Entretanto foram sendo cada vez mais residuais as modalidades desportivas. “Acabou a natação, o hóquei, a canoagem ou o andebol. Assiste-se a uma monocultura do futebol e até esse anda mal”, opina Vaz Teixeira.A própria biblioteca municipal, cuja primeira pedra foi recentemente lançada, surge “com vários anos de atraso” em relação aos municípios vizinhos e o seu custo é demasiado elevado. “A câmara continua a gastar o que não tem, o projecto da palácio dos desportos diminuiu dezenas de milhares de contos após uma pequena reformulação que a CDU propôs. Agora a biblioteca tem um orçamento de dois milhões de euros”, adianta Carlos Tomé. Também na educação, o projecto de reordenamento da rede escolar ficou no papel. Até à data nenhum dos centros educativos foi construído, nem há previsões para as obras começaram. A este propósito o vereador recorda que a educação foi anunciada “como uma paixão”, mas durou pouco. Na câmara foi criada um sector próprio denominado Gabinete de Apoio e Planeamento Educativo (GAPE), onde chegaram a trabalhar quatro professores “hoje não há nenhum”.Os eleitos da CDU reconhecem os grandes investimentos em curso – Cine-Teatro Virgínia, piscinas e palácio dos desportos – mas há outros trabalhos, à partida com menos visibilidade, que continuam a ser proteladas.“Há quantos anos é que se aguarda pela construção de ETAR e instalação de saneamento básico no concelho?”, questionam adiantando que os munícipes torrejanos vão esperar mais alguns anos pela resolução do problema. “O concurso público para entregar a concessão do saneamento é uma coisa muito demorada. O estado lastimável em que se encontra o concelho vai demorar a solucionar”.Margarida TrincãoGrandes projectos só no papelO hotel de luxo Chiva Som a construir na Quinta do Marquês ou a empresa malaia de reciclagem dos resíduos sólidos urbanos foram largamente anunciados, mas não passaram do papel. As obras do equipamento hoteleiro que já deveria estar inaugurado, nem sequer começaram e conforme O MIRANTE noticiou em Setembro, os promotores do investimento o Banco Português de Negócios e a Sociedade Lusa de Negócios não quiseram adiantar se vai ou não haver Chiva Som em Torres Novas. A própria câmara apenas afirmou que o projecto foi apresentado no departamento de urbanismo, mas não teve qualquer evolução.A empresa malaia parece ter fugido para outras paragens. “Até agora qualquer destes projectos só serviam para proporcionar algumas viagens, mais nada se viu”, afirmou Carlos ToméPatrimónio ao abandono em Torres NovasHá cinco anos que foi aprovado um projecto para recuperação do castelo de Torres Novas, mas nada foi feito. As pedras das ameias continuam a cair e qualquer dia o castelo vem abaixo.Na altura, falou-se na dinamização do monumento que incluía a instalação de um café com esplanada. No entanto, a bar nunca abriu e a alcaidaria só serve para cerimónias ou recepções oficiais.O abandono do castelo, símbolo da cidade, é apenas um exemplo do adiamento das intervenções no património torrejano, porque o mesmo se passa com as ruínas romanas de Vila Cardillo, em que os edifícios que foram feitos nunca serviram para nada.Por outro lado, o Museu de Etnografia e Arqueologia Industrial, instalado na antiga garagem da Rodoviária, em Torres Novas, espera há anos que se encontre um local condigno e definitivo para expor o seu espólio. Pela câmara já passaram hipóteses de solução como os antigos armazéns dos CTT, nos Mesiões, ou até a cave da actual sede do Clube Desportivo, na Avenida João Martins de Azevedo, onde seria pouco provável que coubessem as máquinas agrícolas ou industriais.
Autismo e arrogância

Mais Notícias

    A carregar...