O partido ecologista Os Verdes acusou o Governo de “falta de transparência” na proposta de Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC) para 2005, dando como exemplos algumas situações no distrito de Santarém.Em conferência de imprensa, em Santarém, o deputado Francisco Madeira Lopes afirmou que a simples comparação de números parece permitir concluir que o investimento previsto para o distrito é este ano superior, em mais 53 milhões de euros, ao de 2004.No entanto, argumentou que a não apresentação dos níveis de execução do PIDDAC de 2004 “impossibilita avaliar que investimentos, e em que medida, é que foram efectivamente concretizados” e quais os que transitam para este ano.Madeira Lopes deu como exemplo o caso da despoluição da bacia do rio Alviela, “com 150.000 euros não executados em 2004 e com uma verba só de 50.000 euros para 2005”, o que, disse, representa de facto “perda e adiamento de investimento”.Disse também que há outras áreas em que existe uma quebra no PIDDAC para o distrito, como é o caso da saúde, com uma redução de “mais de um milhão de euros”, ou seja, com o investimento a representar apenas 0,6 por cento do investimento global para o distrito, contra os 1,5 por cento de 2004.Segundo os dados divulgados pelos Verdes, dos 21 concelhos do distrito, 12 vêem os seus investimentos directos baixarem, situação que Francisco Madeira Lopes lamentou, sobretudo em relação às áreas mais afectadas pelos incêndios de 2003.Isto porque, sublinhou, estas regiões precisavam de investimento “que ajudasse a combater as repercussões ambientais, económicas e sociais que se farão sentir por muitos anos”.Madeira Lopes lamentou que o PIDDAC para 2005 “adie uma vez mais a resolução de questões que se arrastam há longos anos e que, pela sua importância e significado, se tornaram questões de âmbito nacional”, como é o caso da despoluição do Alviela e da “dramática situação” das encostas do planalto de Santarém.Para Os Verdes, é inaceitável que o PIDDAC para 2005 não apresente os níveis de execução de 2004, não discrimine os projectos no quadro de cada ministério e não apresente uma previsão plurianual para cada projecto inscrito no PIDDAC regionalizado, situação que, acusam, visa camuflar o desinvestimento do Governo PSD/PP em certas áreas”.Essa “opacidade”, afirmaram, “não é inocente, é grave”, pois pode “mascarar a existência de verbas que não vêm bem identificadas para que possam ser utilizadas, de forma discricionária, na campanha eleitoral para as próximas autárquicas”.Lusa