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Desaparecido Serafim das Neves

Desaparecido Serafim das Neves

Tás feito um baldas ou falhou-te a internet? Esperei até hoje pela tua resposta ao e-mail que te mandei a meio da semana e nada. Recebi duas mil trezentas e quarenta e três mensagens de gajos que me querem emprestar dinheiro, vender Viagra, mostrar os filmes pornográficos do Frota e fazer-me reenviar mensagens a favor do direito das focas a nadar em piscinas de água aquecida, mas da tua parte nem novas nem mandadas. Espero sinceramente que não tenhas ido para a Lapónia ver as renas porque se isso aconteceu fizeste uma viagem à senhora da asneira. As ditas cujas chegaram um dia destes ao W-Shoping em Santarém conduzidas com a mestria habitual pelo Pai Natal. Pelo verdadeiro Pai Natal, claro está. Aquele que enlouquece miúdos e graúdos e nos leva a todos à bancarrota.O Bispo de Santarém bem pode pregar contra o consumismo, a Deco bem pode emitir comunicados a alertar para a dívido-dependência. Não há ninguém que os oiça no meio da barulheira das musiquetas de Natal, das promoções dos electrodomésticos e das camionetas e camionetas de brinquedos e jogos. Qual Deus menino qual carapuça. Os meninos que eu conheço não têm nada de santos. São diabos à solta no meio das prateleiras das lojas. Entro por ali dentro e só oiço: “compra! Compra! Compra!”. Milhares de gargantas em uníssono. As super claques dos clubes da bola ao pé daquilo parecem grupelhos de afónicos.As televisões deviam fazer o que fazem nos feriados nacionais, quando põem o povo a dizer que no 25 de Abril se comemora a conquista de Lisboa aos Mouros ou que no 1º de Dezembro se assinala o dia da juventude ou qualquer coisa do género. Deviam perguntar ao pessoal se sabe o que é o Natal. Isso é que era serviço público! Quais batanetes, quais malucos do riso??!! Eu acredito que me ia divertir à grande.Antecipando uma outra vertente do Natal a Associação Empresarial de Santarém – NERSANT, organizou um festival do arroz doce. Foi um estrondoso sucesso. A iniciativa cilindrou todas as campanhas de prevenção da diabetes levadas a cabo nos últimos vinte anos. Oito mil visitantes enfardaram quatro mil quilos de arroz. Meio quilo de arroz doce por pessoa, em média, porque deve ter havido meninos que comeram dois ou três quilos durante o fim de semana. E com o correspondente peso em açúcar. A insulina deve ter esgotado nas farmácias da região. Os médicos bem se esforçam mas com um povo tão lambareiro não há nada a fazer. E para além da diabetes há a obesidade. Uma tacinha de arroz doce é uma bomba atómica calórica. Meio quilo de arroz doce deve corresponder a três quilos de adiposidade a mais depois de bem trabalhado pelo organismo.Serafim, um dia destes voltei a ver um rabiosque másculo e peludo, na secção de desporto do jornal, a propósito de mais uma queimadura provocada pela cal utilizada nas marcações de um campo da bola. O presidente do clube diz que utiliza a cal de lei e sugere que o atleta terá uma pele mimosa e sensível. Eu acho que todas as hipóteses são aceitáveis. O jornalista deveria ter apurado se a vítima da cal costuma esfregar o bum-bum com creme nívea depois do banho. Ou se usa algum amaciador mais eficaz. Velhos tempos em que os clubes disponibilizavam barras de sabão macaco para o banho dos atletas. Alguém ouvia falar de queimaduras provocadas pela cal das marcações dos pelados??? Ninguém, Serafim!! Ninguém!!! Um gajo até podia andar sem pele no corpo todo mas não se queixava. Aguentava e ia à luta. As queixas eram para os mariquinhas. E quando a comichão das queimaduras se tornava insuportável não havia nada melhor que uma canelada no adversário que estivesse mais a jeito...para aliviar!!Um abraço e vê lá se escrevesManuel Serra d’Aire
Desaparecido Serafim das Neves

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