Mais apoio para os deficientes
Li o vosso artigo sobre a Vera Sezões e os surdos em geral e não posso deixar de fazer algumas observações. Em primeiro lugar devo dizer que sou mãe do noivo da Vera pelo que, como devem calcular, estou habilitada a falar sobre o assunto. Os surdos não são nada tristes, antes pelo contrário. Curtem bem a vida, vêm o dobro de nós e gostam de se juntar. Faça-se convidado de uma festa das Bruxas, de Carnaval ou Fim de Ano na Associação em Lisboa e vai ver.Revolta. Sim, mas a mesma revolta de qualquer deficiente neste país onde os governos brincam com as suas deficiências, deixando-os incapacitados para continuarem os estudos ou muito simplesmente para se moverem de um lado para o outro.Tenho o meu filho, como a Vera e muitos mais que têm o 12º ano tirado com esforço e trabalho, mas não há apoios nem universidades preparadas os receber. O meu filho trabalha numa multinacional na área de informática e tinha capacidade para tirar Engenharia de sistemas. Onde estão os apoios? Mas os cegos passam o mesmo ou pior e os deficientes motores, nem se fala. Temos uma televisão estatal que deveria ter no principal Telejornal da 1 uma intérprete de Língua Gestual e não tem. E porque é que as novelas da RTP1 não têm legendas? Têm sido as televisões privadas a preocupar-se com o assunto. Os deficientes sentem-se “minorias” porque nós os chamados “normais” não nos preocupamos com a sua integração e teimamos em nos considerar “superiores”. Eles sofrem e nós perdemos o conhecimento de experiências de vida e formas de ver o mundo que só nos tornariam mais sábios e mais humildes. Adelina Matos
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