Constituindo já uma instituição, a atribuição trimestral de “faenas” consagra sazonalmente as mais destacadas figuras públicas regionais e... outras que tais. Figuras que se destacam por palavras e actos, de forma a ascender na vida pública até alcançar os seus reconhecidos, e naturalmente elevados, níveis de incompetência!- Comecemos por um prémio especial para a Câmara Municipal de Santarém (freguesa habitual nesta andanças) pelo imponente cartaz colocado (parece que há milénios) na Rua O, anunciando obras cujo início, pelos vistos, foi adiado para o dia do juízo final! “Sabemos pensar! Sabemos fazer!” Proclama-se aí em altas parangonas!Confesso que tal me deixa perplexo! Será que querem dizer “pensar em fazer”? Ou “pensar” em vez de “fazer”? Será que “fazem” tão depressa como “pensam”? Bom,... se “pensarem” tão depressa como “fazem”!- E a promoção dos cartazes parece estar para durar. No largo Cândido dos Reis, a construção de uma rotunda foi igualmente enquadrada de um “placard” em que se salienta, sonante, a seguinte mensagem: “Fazemos obra!”Parafraseando o impagável Diácono Remédios; Oh meus amigos! Não se trata de fazer obra! Mas de que obra se trata! Da natureza, da dimensão, da justificação, da racionalidade da dita obra! Para não acontecer como na subida de São Domingos, em que (no mandato anterior) se gastou uma fortuna para criar duas vias ascendentes e depois, no seu término, se fundirem as duas numa só!Pois é! Afinal, obrar... qualquer pessoa obra!- “Faeninha especial” para a vereadora Elvira Tristão, da Câmara do Cartaxo, que tomou a “clarividente” decisão de apenas colocar bandeiras na praça de toiros no próprio dia da corrida, para obstar, veja-se só, a que chovesse durante a mesma!Parece que a tão badalada “qualidade de vida” do concelho do Cartaxo, ainda não chegou à racionalidade dos seus autarcas.Vá lá! Não mandar colocar a “imagem” do santo padroeiro dentro de um poço como se faz nos Amiais!- E ainda para Sousa Gomes, presidente da Câmara de Almeirim, conhecido entre os seus pares pela alcunha do “papa tachos”. Não contente em ser igualmente Presidente da Associação de Municípios da Lezíria do Tejo, e da homónima Comunidade Urbana, foi agora (nem a propósito) entronizado como confrade gastronómico do Ribatejo!Como diria o poeta, eles comem tudo....- E já agora para a dita confraria ribatejana, que no âmbito da sua acção assistencial e de solidariedade, acolheu no seu seio (bonito, não é?) mais dezanove novos confrades, a tempo, ainda, de encher a barriguinha no Festival de Gastronomia. Num tempo de vacas magras (em que até as “Semanas Taurinas” se fazem sem touros) as únicas coisas que pelos vistos engordam são mesmo estas confrarias; versões contemporâneas de uma VIP “copofonia”!Confrarias que, vejam só, começaram por ser irmandades que ofereciam alimentos em louvor da divindade. Depois, passaram a consumi-los em honra da divindade. E agora, acabaram por elevá-los à condição de divindade!Como diz o meu amigo Custódio (por imperativos de celibato, sacerdote não praticante), .. .pior que os idólatras, só mesmo os gastrólatras!