Mais de 3500 pessoas já se manifestaram contra a privatização da Companhia das Lezírias ao assinarem a petição lançada pelas uniões de sindicatos de Lisboa e de Santarém. O documento pretende levar ao plenário da Assembleia da República a discussão do futuro da empresa sediada em Samora Correia desde 1836.A petição contesta a intenção anunciada pelos últimos governos de privatizar a maior empresa agrícola portuguesa e, segundo o coordenador da União de Sindicatos do Distrito de Santarém, Valdemar Henriques, deverá ser entregue no Parlamento no início de 2005, depois de atingir as 4000 assinaturas necessárias. Segundo a união de sindicatos, a petição já foi subscrita por muitos quadros da área da agricultura, autarcas e personalidades da vida económica e social, que também contestam a estratégia governativa de “tentar arranjar dinheiro a todo o custo para tapar o défice, em vez de cortar nas despesas”. Os subscritores temem que a privatização abra caminho a alterações profundas do uso do solo e à fragmentação do património natural. “É necessário impedir que a CL se transforme num espaço de especulação financeira e imobiliária”, argumentam os sindicalistas.