Arrojado Serafim Das Neves
Não percebi nada daquele episódio da máquina de imperial na cabina dos árbitros que dirigiram o jogo de juniores entre o Juventude de Lapas e o Atlético de Pernes. Está uma reportagem muito incompleta. Afinal os árbitros beberam ou não beberam umas bejecas bem tiradas? E se beberam foi antes, durante, ou depois do jogo?Se eu fosse fazer todas as perguntas que se impõem ficava com a garganta tão seca que não chegava um barril de cerveja para me refrescar. Se os árbitros molharam o bico e ficaram a ver a dobrar, quem é que beneficiou com as ilusões de óptica criadas pelo álcool? Os da casa? Os visitantes? O artigo é longo mas não explica nada. Grande seca!! Nem sequer diz qual foi o resultado. Nem o do jogo nem o da exploração do “bar do apito”.Por outro lado, se a selecção nacional de futebol é patrocinada por uma marca de cerveja porque é que uma equipa de arbitragem regional não pode ter um patrocinador do mesmo ramo? O jornalista também se esquece de explicar se a cerveja que estava na cabine era preta, mulata ou loira. Se era forte ou sem álcool. E de que marca era, já agora. Um árbitro farta-se de mourejar. Corre, apita, mostra cartões, ouve insultos daqueles que os cães não gostam e depois nem lhe dão o direito de ter uma máquina de imperial na cabina em jeito de compensação. É uma violência. E se calhar nem uns salgadinhos havia por lá. Ou uns tremoços. Já agora uma última pergunta: se a máquina de imperial estivesse na cabina da equipa visitante teria havido protestos do Atlético de Pernes?E o que me dizes da universidade canina de Almeirim? Nunca tal me tinha passado pela cabeça. Uma universidade para canídeos???!!! A minha alma está parva. A minha alma está a necessitar de fazer um pós-doutoramento, melhor dizendo. Jumentos nas universidades é normal, mas cães???!!! A minha esperança é que na tal universidade ensinem os cães a ir à casa de banho quando estão aflitos. Uma cadeira de higiene animal. Isso é que era tabaco! Introdução à Arte de Alçar a Perna Sem Consequências Ambientais Nefastas. Já imaginaste um rotweiller a dizer para um pastor alemão: “Então meu, hoje vais à aula de IAAPSCAN?”.Vamos ficar atentos, Serafim. Da próxima vez que fores a Almeirim não te espantes se vires passar uma matilha a recitar Fernando Pessoa. Ou se encontrares um caniche no café, de óculos escuros, a beber a bica e a folhear o Finantial Times. Serafim, um dia destes estava a zappar e vi num daqueles canais das migas, como dizia a minha avó, e ouvi a Clara Pinto Correia a defender que as prendas de Natal não deviam ser embrulhadas. Saiu-me uma grande encomenda aquela doutora. Prendas não embrulhadas. Será a última moda de Nova Iorque??Qual é a piada de oferecer uma prenda não embrulhada??? “Toma lá esta garrafita de vinho da adega cumprativa de Freixo de Espingarda ao Ombro e Boas-Festas”. O presenteado olha para aquilo e pensa. “Ganda sacana! Uma garrafa de tinto a martelo. E eu que estava a pensar em dar-lhe um Porto Vintage com 50 anos de idade. Levas já aquele pano de cozinha que eu tinha ali embrulhado para a minha sogra, que até vais de lado!”. E pimba, ficamos com o Natal estragado pelo simples facto de não termos embrulhado o tinto num papel dourado com um laçarote a condizer.Estes intelectuais às vezes saem-me uns grandes morcões. Prendas não embrulhadas??!! Que mais irão eles inventar? Dizia a santinha que era por causa do consumismo. Da poluição. Que tínhamos que deixar de dar lucros às indústrias do papel. Pois...eu percebo-a. Se o marido lhe oferecer um colar de diamantes é natural que ela se esteja a borrifar para o papel de embrulho, agora um miúdo que em vez de receber uma máscara do homem aranha vai levar com um boneco da loja dos trezentos, não merece ter, pelo menos, 15 segundos de alegria?? Aqueles 15 segundos que ele demora a rasgar o papel de embrulho!!??Uma bacalhauzada bem embrulhada Manuel Serra d’Aire
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