CDU dá novamente o benefício da dúvida
Orçamento da Câmara de Santarém aprovado com os votos da maioria socialista
A abstenção da CDU conjugada com os votos favoráveis da maioria socialista permitiu a aprovação do orçamento da Câmara de Santarém para 2005.
Os dois vereadores da CDU na Câmara de Santarém consideraram-se satisfeitos com as alterações feitas pela maioria socialista ao plano de actividades e orçamento do município para 2005 e viabilizaram os documentos através da abstenção. Como já se previa, os 3 votos do PSD não foram suficientes para fazer frente aos quatro votos da maioria socialista.Perante as insinuações lançadas pelo PSD de que poderia haver “compromissos estranhos” entre CDU e PS, o vereador da CDU José Marcelino explicou por que foi dado mais uma vez o benefício da dúvida aos socialistas. Apesar de há uma semana, durante a primeira discussão, ter afirmado que se tratava de uma réplica do documento do ano passado em termos de obras previstas.Peso decisivo teve a clarificação sobre a forma como a gestão PS pensa arranjar quase 16 milhões de euros para obras com a venda de terrenos. E também a actualização das verbas mensais a transferir para as juntas de freguesia, que não estava contemplada na primeira versão do orçamento, apresentada uma semana antes ao executivo.A previsão da redução significativa das despesas correntes do município também agradou à CDU, mas com José Marcelino a avisar: “São valores significativamente mais baixos que terão de ser cumpridos, sob pena de se chegar a meio do ano e não haver verbas para pagar”. O autarca deixou claro que a CDU não está disposta a viabilizar alterações orçamentais para essas rubricas “sem fortes sustentações”.Já o PSD preferiu acusar o PS de não saber planear nem executar. Ramiro Matos socorreu-se de uma cópia do Programa Estratégico de Intervenção 2002-2006 elaborado pela gestão socialista para recordar o cronograma que apontava a conclusão de obras para 2004 que ainda nem sequer se iniciaram. “A conclusão do acesso sul estava prevista para o Verão de 2004 e ainda nem começou. Tal como a via entre o nó da Senhora da Guia e o complexo aquático”, exemplificou.Para Ramiro Matos, o plano de actividades e o orçamento são um acumular de projectos que transitam de ano para ano. A maioria socialista, diz Ramiro Matos, “denota falta de capacidade e de competência para planear e executar”. A estratégia do PSD visou descredibilizar o orçamento e rebater a confiança que a CDU revelou nos planos de Rui Barreiro para 2005, para justificar a sua abstenção.O presidente da câmara acabou por justificar alguns atrasos, como o das obras no Campo Infante da Camara, com os entraves colocados nas várias fases do processo pelos vereadores do PSD e que estes rebateram. Mas reconheceu que nesse espaço central da cidade o projecto só poderá ser concluído com a venda de alguns terrenos aí existentes. Rui Barreiro afirmou ainda que 2005 pode ser o ano em que várias obras há muito previstas poderão “ver a luz do dia”. Como o acesso sul à cidade, que ainda não tem todos os terrenos desbloqueados, ou a requalificação do Campo Infante da Câmara e do Jardim das Portas do Sol.Refira-se ainda que a maior parte das propostas apresentadas pelo PSD para alteração dos documentos acabou por não ser acolhida pelo PS, por envolverem verbas que, no total, correspondiam a quase 5% do orçamento total previsto, que é de 63 milhões de euros. O PSD queria que essas verbas fossem retiradas às despesas correntes.
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