Oposição uniu-se e chumbou empréstimo
Assembleia Municipal de Coruche não aprovou mais endividamento
A Assembleia Municipal de Coruche chumbou, sexta-feira, a pretensão do executivo camarário em contrair um empréstimo de perto de 1,150 milhões de euros para a realização de três investimentos no concelho. O presidente da câmara fala em boicote.
As bancadas do PSD e da CDU uniram-se e chumbaram na sessão de sexta-feira da Assembleia Municipal de Coruche a contracção de um empréstimo por parte da câmara municipal no valor de 1,150 milhões de euros. O município fica sem meios para fazer face a alguns investimentos previstos.O montante tinha como objectivo, segundo o presidente da câmara, Dionísio Mendes (PS), adquirir um terreno para construção do parque de negócios de Coruche, a construção do novo recinto de mercados e feiras e a requalificação de várias ruas dos Foros de Coruche. Dionísio Mendes explicou, de início, que a verba se destinava apenas às três obras em questão e que a autarquia não podia assumir aqueles investimentos com meios próprios, sob pena de comprometer a sua actividade. Mas os argumentos de pouco valeram.Armando Rodrigues, vogal da CDU, recordou durante a sessão que a autarquia coruchense sempre gozou de uma boa saúde financeira, para acusar o executivo de uma política despesista. Do lado do PSD, Francisco Cortez salientou os quase 1,7 milhões de euros de empréstimos por utilizar, considerando que enquanto não se gastar o dinheiro de um empréstimo não faz sentido contrair outro.Com 11 vogais da CDU, três do PSD e 13 do PS na assembleia as contas não foram difíceis de fazer. CDU e PSD uniram votos (14) que foram suficientes para superar os treze votos socialistas. Fátima Bento, líder do PSD na assembleia municipal, justificou o voto contra dos social-democratas com o facto de a autarquia querer contrair um empréstimo “sem dispor dos valores numéricos dos investimentos, como acontece com o terreno para o parque de negócios”. Mas lembrou que o executivo municipal ainda dispõe de montantes suficientes de outros empréstimos para poder realizar os investimentos pretendidos.Para Armando Rodrigues (CDU) os projectos constantes da proposta de empréstimos são prioridades, mas não devem ser utilizados para fazer campanha eleitoral. “Não passamos cheques em branco após três anos de mandato. Não havia garantia que as obras fossem feitas nem que as verbas não fossem encaminhadas para outras situações”, destacou. Visivelmente agastado com a posição da assembleia municipal, Dionísio Mendes referiu a O MIRANTE que PSD e CDU encetaram uma “estratégia de boicote, quando a Nersant rotulou de importante para a retoma da economia o investimento no parque de negócios no concelho”, salientou o autarca, acrescentando que irá ser impossível a compra do terreno para alargamento da actual zona industrial.Em seu entender, quer comunistas, pela antecipação em uma semana do seu sentido de voto, como social-democratas, “numa acção de bota abaixo”, merecem a reprovação nas atitudes, “com o objectivo de travar o desenvolvimento e colher dividendos eleitorais”, acusou.
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