A história centenária do “Cabralão”
A casa mais antiga de Santarém
O chão de madeira range quando se entra na Casa Cabral e Lino. O que não é de admirar uma vez que as tábuas de solho já ali estão há 120 anos, quando a casa de atoalhados e tecidos ao metro abriu portas, na Praça Visconde Serra Pilar, em Santarém.Aliás, pouco ou nada mudou na loja. Os armários embutidos de madeira escura onde se arrumam as peças de pano, o balcão comprido do mesmo material, as colunas finas de mármore que “seguram” o tecto de estuque trabalhado.“Quando abriu, era a loja mais moderna de Santarém, hoje deve ser a mais antiquada”, garante Jorge Gomes, há 24 anos atrás do longo balcão de madeira, enquanto mostra a uma cliente umas pantufas à venda no estabelecimento.Isabel Moreira, “moça” de 76 anos, é cliente da loja “desde sempre”. Foi ali que a antiga modista sempre comprou os tecidos, forros, fechos e colchetes de que precisava.A idosa afiança que os donos e o empregado da loja são a sua segunda família. É por isso que sabe muitas histórias do “Cabralão”, como era conhecido António Madeira Cabral, o primeiro proprietário do estabelecimento.“Todos conhecem esta casa pelo Cabralão, um nome que advém do facto de o proprietário de um outro estabelecimento, entretanto já encerrado, também se chamar Cabral. Como o senhor António era um homem forte, e para se distinguir do outro, passou a ser chamado de Cabralão”.A alcunha estendeu-se à loja, até hoje. “Uma vez uma senhora de Fazendas de Almeirim veio cá aviar-se e perguntou à porta se era aqui a casa do senhor Cabralãozãozão, ao que o proprietário respondeu - «Cabralãozãozão não, que o meu nome é Cabralão»”, conta Isabel Moreira.
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