Associação de areeiros aposta no rigor e transparência
Francisco Horta quer que o Estado reconheça a actividade como um serviço público
A Associação dos Areeiros e de Conservação do Rio Tejo quer “limpar” a imagem negativa que as pessoas têm da actividade de extracção de inertes. Quer ser um agente de mudança, mas também reclamar uma maior valorização do sector por parte do Estado.Criada no início de 2004, a Associação dos Areeiros e de Conservação do Rio Tejo (AACRT) pretende ser um agente de mudança do sector. Segundo o seu presidente, Francisco Horta, a associação pretende criar as condições para que a extracção de inertes seja “reconhecida pelo rigor, cumprimento da lei e respeito pelo ambiente”. Mas espera também que o Estado reconheça a actividade como um serviço público. “O nosso grande objectivo é conseguir que o produto da actividade das empresas seja valorizado. A areia do Tejo é de muito boa qualidade e concorre com areias de outras origens que, na maioria, não são de tão boa qualidade”, sublinhou Francisco Horta, acrescentando que o mercado prefere o que é mais barato.Nesse sentido defende que o Estado deve valorizar o serviço público garantido pelas empresas extractoras, que é o de desassorear o Tejo. “Não excluímos ter que pagar as taxas, mas estas actualmente representam um grande peso no valor final do produto”, esclareceu. Por isso entende que as taxas pagas pelas empresas devem ser mais baixas. Actualmente o preço da areia que está à venda nos pontos de extracção oscila entre 2,5 euros e 3,5 euros por metro cúbico. Os areeiros pagam de taxa, pela retirada da areia, no mínimo, 1,5 euros por metro cúbico. Acresce ainda a esse valor 10 por cento pela utilização do plano de água pelas dragas. Para além destes problemas, Francisco Hhorta identifica a concorrência desleal dos areeiros de terra. Actividade para a qual, sublinhou, basta ter um terreno e fazer um buraco que depois é cheio com entulhos. “É uma situação de concorrência desleal porque não pagam as taxas que nós pagamos e não são tão fiscalizados como nós”, reforçou. O presidente da AACRT salientou que a extracção de inertes é uma actividade económica regional que não pode ser ignorada. Admitiu que nos últimos anos a imagem que tem transparecido para a opinião pública não era muito positiva. “Nalguns casos com razão, mas noutros não”, comentou, acrescentando que a associação pretende mudar essa imagem. A associação representa 12 das 15 empresas que retiram areia no Tejo desde a zona de Muge (Salvaterra de Magos) para montante. Destas, estão dependentes duas centenas de postos de trabalho directos e mil indirectos.Francisco Horta realçou ainda as vantagens da extracção, que beneficia as regiões a nível socio-económico e também ambiental. Considera ainda que uma actividade equilibrada pode beneficiar operações de desassoreamento ou de abertura controlada de canais de regularização do leito. A associação assinou dia 5, na aldeia piscatória do Escaroupim, Salvaterra de Magos, um protocolo com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo. O acordo visa o desenvolvimento de uma acção sustentada da actividade de extracção de inertes, através da ligação dos sistemas de vídeo-vigilância e pesagem dos seus associados.
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