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Samora abre as portas à cultura

Samora abre as portas à cultura

Centro Cultural foi inaugurado no sábado

Soube a pouco a inauguração do Centro Cultural de Samora Correia. O público aplaudiu o espaço, mas alguns lamentaram a ausência de motivos culturais. A projecção do cinema e as exposições foram adiadas para Fevereiro.

“Já temos centro, agora falta a cultura”, a frase proferida por José Gomes, um reformado de 72 anos, ilustra as preocupações dos futuros utentes do novo Centro Cultural de Samora Correia. O espaço foi inaugurado no domingo, 16 de Janeiro, num ambiente de festa que juntou cerca de três centenas de convidados, mas onde faltaram motivos culturais.A galeria e as oficinas de artes estavam despidas. Os visitantes não puderam testar as qualidades do auditório. O equipamento de projecção áudio-visual ainda não chegou e a projecção de filmes foi adiada para a primeira semana de Fevereiro. A inauguração do centro cultural já tinha sido adiada e a câmara entendeu que não podia haver novo adiamento.O programa inaugural remeteu para o serão o espectáculo com as canções da vida de Carlos Mendes. O talento e o percurso do artista não conseguiram convencer os samorenses. Só estava meia casa, num auditório com 300 lugares, mas quem foi saiu satisfeito. O espaço volta a ser posto à prova no sábado com uma produção de “Os Revisteiros”.A cerimónia da inauguração foi presidida pelo secretário de Estado dos Bens Culturais, José Manuel Lopes que substituiu o secretário de Estado da Administração Local. O governante e o presidente da Câmara Municipal de Benavente, António José Ganhão, foram recebidos ao som do hino nacional interpretado pela banda da Sociedade Filarmónica União Samorense e minutos depois descerraram a placa que perpetua o momento.O edil apelou à participação cívica dos samorenses, “mesmo dos mal dizentes”, e dos residentes para encherem de vida o novo centro cultural. António Ganhão desafiou a comunidade a recolher memórias do velho cinema, encerrado há mais de 15 anos, para fazer uma exposição retrospectiva da casa de espectáculos que marcou três gerações em Samora Correia. A exposição deveria ser um dos cartões de visita na inauguração, mas o autarca considerou que o material recolhido pelos serviços não permitia a realização de uma exposição com a dignidade pretendida.“Não há verdadeiro desenvolvimento, sem desenvolvimento cultural”, disse António Ganhão referindo-se à necessidade de construir novos públicos e aumentar a oferta cultural no concelho.População orgulhosaO autarca convidou a população a visitar as instalações e o povo gostou do que viu. “Temos aqui uma sala com condições para a juventude ocupar o seu tempo em segurança”, comentou Isilda Ribeiro.Armindo Correia considerou que o centro cultural está “bem dimensionado” e valoriza a freguesia. “É um espaço digno e com condições para proporcionar bons momentos de cultura”, disse.O centro cultural é composto por dois pisos com aproveitamento da cave. O auditório tem capacidade para 300 lugares sentados em cadeiras individuais e confortáveis. Há quatro lugares para deficientes que têm também acesso ao palco com uma rampa. A sala está equipada com um moderno equipamento áudio-visual com uma régie num plano superior. O palco é espaçoso e tem um acesso exterior pelas traseiras que permite que cenários e equipamentos sejam descarregados a poucos metros. Um camarim grande e vários pequenos estão preparados para receber companhias de média dimensão e todos os espaços debaixo do palco foram aproveitados para arrumação de cenários e equipamentos de apoio. À entrada do centro está uma galeria para exposições permanentes e temporárias complementada com uma oficina de artes plásticas onde pequenos e graúdos podem dar largas à imaginação e desafiar o talento. Há uma sala preparada para a aprendizagem da música com ligação a outra para colocar um piano residente. Não falta um gabinete para técnicos e funcionários e um bar de apoio. O bar deverá ser concessionado a uma associação local. Até lá para beber ou comer alguma coisa, só no café mais próximo.O parque de estacionamento na zona frontal revela-se perigoso porque os carros têm de sair de traseira e entrar na Estrada dos Operários Agrícolas onde se circula a velocidades muito superiores ao permitido. No dia da inauguração já se registaram alguns sustos.Mas há uma boa alternativa com dezenas de lugares no espaço lateral que acolhe a feira anual e o mercado mensal.A obra do centro cultural custou 1 milhão e 633 mil euros e os equipamentos custaram 320 mil euros. Os fundos comunitários financiaram a obra com 1 milhão e 53 mil euros. O presidente da câmara sublinhou o esforço financeiro que a obra representou. “Se juntarmos os trabalhos a mais, arranjos exteriores e o valor do terreno, esta obra custou mais de dois milhões de euros”, disse.Nelson Silva Lopes
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