O socialista Jorge Lacão assumiu na segunda-feira a luta dos deputados do PS pela “reunificação” das duas sub-regiões do distrito de Santarém – Médio Tejo e Lezíria -, que a partir de 2006 podem integrar as regiões Centro e Alentejo, respectivamente. O deputado anunciou essa intenção no final da apresentação da lista de candidatos do PSD pelo círculo de Santarém às eleições legislativas de 20 de Fevereiro“Queremos voltar a recuperar o reordenamento com consistência do distrito de Santarém, do Ribatejo, do Vale do Tejo, como núcleo fundamental para o desenvolvimento sustentável deste espaço regional”, afirmou o cabeça de lista do PS por Santarém, criticando a medida do Governo PSD que dividiu o norte e sul por duas regiões.Lacão acrescentou que só não assume já esse compromisso e as formas como o mesmo pode ser cumprido, caso o PS seja Governo, porque estão em curso, entre os governos de Lisboa e da União Europeia, as negociações relativas ao próximo Quadro Comunitário de Apoio, que entra em vigor no final de 2006.“Precisamos de conhecer as condições compromissórias em que neste momento está colocada a negociação do próximo Quadro Comunitário de Apoio para sabermos se isso pode ou não ser feito sem prejuízo grave dos interesses mais imediatos do investimento no nosso distrito”, reforçou.As declarações de Jorge Lacão surgiram após ter sido confrontado por O MIRANTE com uma “provocação” recente do cabeça de lista do PSD. No sábado, Miguel Relvas havia acusado o rival socialista de não ter “peso político” em Lisboa para influenciar decisões favoráveis à região (ver texto na página ao lado). Relvas acusou Lacão de não ter lutado - enquanto líder parlamentar do PS numa altura em que os socialistas eram Governo - pela desanexação do distrito de Santarém da Região de Lisboa antes da entrada em vigor do III Quadro Comunitário de Apoio (2000-20006). O que podia ter evitado a redução de fundos a que se sujeitaram empresas e autarquias do distrito.Jorge Lacão, que afirmou “não querer alimentar polémicas estéreis” nesta campanha eleitoral, lembrou que os socialistas apresentaram um projecto de regionalização, que previa essa desanexação, tendo o referendo popular sido contrário às suas aspirações. “Somos democratas e aceitamos aquilo que foi na altura o veredicto dos eleitores”, disse.“O que não deixa de ser singular é que alguns daqueles, particularmente do nosso distrito, que assumiram estar contra esse projecto venham agora reconhecer como foi pena que ele não tivesse sido aprovado”, acrescentou Lacão.