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Acidente mata dois jovens de Almeirim

Acidente mata dois jovens de Almeirim

Choque fatal na EN 118, entre Marinhais e Muge

Dois jovens de Almeirim perderam a vida num acidente de viação entre Marinhais e Muge. João Paz e Gonçalo Nunes faleceram na sequência de um embate frontal num poste dos telefones situado junto à estrada nacional.

Dois jovens residentes em Almeirim perderam a vida no dia 12, num acidente de viação na Estrada Nacional 118, entre Marinhais e Muge, concelho de Salvaterra de Magos. João Paz, 19 anos, e Gonçalo Nunes, 18 anos, faleceram na sequência de um choque frontal contra um poste situado na berma, cerca das 13h15. Os jovens regressavam das aulas na Escola Profissional de Salvaterra de Magos.Uma ultrapassagem mal calculada pelo condutor do veículo onde seguiam as vítimas mortais pode ter estado na origem do acidente. Os jovens ainda colidiram com um automóvel que seguia em sentido contrário antes de embater no poste. O condutor da outra viatura sofreu ferimentos graves. Após ter sido assistido no Hospital de Santarém foi transferido para um hospital de Lisboa, sua área de residência.Segundo os Bombeiros Voluntários de Salvaterra de Magos, Gonçalo Nunes terá tido morte imediata, pois o embate deu-se do seu lado. Já o condutor do veículo, João Paz, viria a falecer uma hora e meia mais tarde. Ainda foi assistido no local por um médico, um enfermeiro da VMER (veículo de emergência médica e reanimação) e pelo bombeiro Miguel Fidalgo. Curiosamente um colega de João Paz na Escola Profissional de Salvaterra de Magos.Miguel Fidalgo contou a O MIRANTE que estava em casa quando ouviu a sirene dos bombeiros tocar. Deslocou-se rapidamente para o quartel para saber o que estava a acontecer. Mal sabia que ao chegar ao local do acidente encontraria um colega seu da escola. Diz que inicialmente não conseguiu “reconhecer que se tratava de um amigo da escola”. Só passados alguns minutos é que se apercebeu que o João era o aluno do 12º ano do Curso de Informática de Gestão que encontrava todos os dias no recreio da escola. “Quando o reconheci, quase entrei em choque”, referiu o bombeiro. No entanto, não havia tempo a perder, e até à chegada da VMER o jovem bombeiro desenvolveu todos os procedimentos normais neste tipo de situações. “Fizemos tudo o que poderia ser feito para salvar a vida do meu colega”, adiantou. Quando chegou a emergência médica, foram dados os habituais choques eléctricos e ministradas adrenalina e morfina. Mas nada havia a fazer. João Paz, acabaria por falecer nas mãos do seu colega de escola. Miguel Fidalgo contou ao nosso jornal que a situação foi horrível. “Já fiz assistência em vários acidentes de viação com vítimas mortais, mas quando um amigo nosso nos morre nos braços o caso é diferente”. A situação foi de tal modo marcante que, depois do electrocardiograma indicar paragem cardíaca, e do médico dizer para que Miguel Fidalgo acabasse com a reanimação, o jovem bombeiro continuou a tentar reanimar o colega na esperança de conseguir salvar-lhe a vida.Os dois estudantes do último ano do Curso de informática de Gestão tinham, naquela quarta-feira, acabado de fazer um teste de contabilidade. Como tinham a tarde livre, regressavam a Almeirim para almoçar em casa. Mal sabiam que aquela seria a sua última viagem de um trajecto que fizeram durante quase três anos.A morte dos dois estudantes causou grande consternação em Almeirim e junto dos alunos e professores da Escola Profissional. Por proposta da Associação de Estudantes, a comunidade educativa fez questão de, no dia seguinte, esperar junto à EN 118 pela passagem dos carros funerários que transportavam os corpos do Hospital de Vila Franca de Xira, onde foram feitas as autópsias, para Almeirim. Cerca de 300 alunos e mais de duas dezenas de professores fizeram questão de formar um cordão humano, de ambos os lados da via, para se despedirem dos dois malogrados estudantes. O funeral realizou-se na sexta-feira, 14, no cemitério de Almeirim. Mais de mil pessoas, entre as quais algumas figuras públicas da cidade, fizeram questão de estar presentes na despedida de João Paz e Gonçalo Nunes.Mário Gonçalves
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