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Do “cinzento” Lacão ao “terrível” Relvas

Do “cinzento” Lacão ao “terrível” Relvas

Cada candidato o seu comportamento

Os quatro candidatos que participaram no debate organizado pelo nosso jornal devem ter estado a estudar os dossiers até às últimas, uma vez que chegaram às instalações de O MIRANTE em cima da hora. Quase nem houve tempo para beber um café, ou fumar um cigarro.

O primeiro a chegar foi Miguel Relvas (PSD), que veio acompanhado de Vasco Cunha, terceiro da lista social-democrata. Entraram bem dispostos, como é seu hábito e foram os únicos que ainda tiveram tempo para ir ao gabinete do director geral, Joaquim Emídio para os cumprimentos da praxe.Jorge Lacão (PS) chegou uns cinco minutos depois, acompanhado de Nelson Baltazar, seu colega de partido e também candidato às eleições de Fevereiro (quinto da lista socialista). Depois dos “bacalhaus” da ordem atou o sapato, um pormenor importante antes de um debate onde uma pequena escorregadela podia ser a morte do artista.Engripada, mas mesmo assim bem disposta, seguiu-se, quase de imediato, Luísa Mesquita (CDU), acompanhada por dois elementos do seu “staff”. Quase não passou da porta porque as 11h00 estavam a chegar e havia que subir ao primeiro andar, onde já estava tudo pronto.Já os outros iam nas escadas que dão acesso à redacção quando chegou Nuno Fernandes Thomas (CDS/PP), acompanhado por Herculano Gonçalves. Acabado de “cair” no distrito, deve ter tido maiores dificuldades em dar com as instalações do jornal, o que é perfeitamente compreensível.Chegados à sala, Luís Mesquita foi a primeira a sentar-se e, curiosamente, sentou-se à direita, ela que é uma mulher de esquerda. Já agora, seguiu-se o centro-esquerda Lacão, o centro-direita Relvas e Nuno Fernandes Thomas ficou à esquerda, ele que é o representante do partido mais à direita. Assim que se sentaram, puxaram de imediato os dossiers e fotocópias que traziam e que tentaram organizar em cima da mesa.Luísa Mesquita foi a primeira a usar da palavra mas esqueceu-se, tal como Jorge Lacão, de cumprimentar os ouvintes, uma vez que o debate estava a ser também transmitido para a internet no site de O MIRANTE e para duas rádios. Miguel Relvas, mais habituado ao meio, não fosse ele comentador televisivo, o que também se notou pelos constantes movimentos expressivos com as mãos, lá deu os cumprimentos da ordem, mas esqueceu-se dos colegas. Nuno Fernandes Thomas foi o único que não se esqueceu da saudação aos outros cabeças de lista. Enquanto o candidato do CDS/PP ia tomando notas, Lacão e Relvas iam trocando piropos. O cabeça de lista do PS foi o primeiro a interromper o adversário, mas deve-se ter arrependido logo de imediato. Miguel Relvas, no seu estilo de “enfant terrible”, passou o resto do debate a “picar” o socialista, que, com o seu carácter mais cinzento, não encaixou as picardias. Nem parecia um deputado com anos de experiência no parlamento…Quem gozou com a história foi a deputada comunista. “Você está muito mal disposto”, disse a Jorge Lacão. E depois para ele e Relvas: “Nunca mais ficam juntos”. Uma observação ditada pelo facto de ser professora e estar habituada a resolver desavenças entre colegas.O intervalo chegou e os “staffs” aproveitaram para acertar estratégias. Lacão ficou sozinho na sala com Baltazar, os restantes desceram para beber um café e foram conversando animadamente até ao reatamento.A segunda parte foi igual à primeira, com Relvas e Lacão a trocarem mimos. À medida que cada candidato falava, foi possível ver acenos de cabeça de Nuno Fernandes Thomas a intervenções de Miguel Relvas, e vice-versa não estivessem os dois partidos ainda em coligação. Vamos ver quanto tempo dura a amizade.O mesmo não aconteceu à esquerda. Luísa Mesquita e Jorge Lacão, apesar de sentados lado a lado, nunca manifestaram grande convergência de ideias, ou qualquer eventual hipótese de acordo pós-eleitoral. Será que estavam apenas a guardar segredo?Com o fim do debate, os candidatos puderam finalmente matar saudades dos telemóveis, calados durante duas horas. Mesquita, Lacão e Thomas saíram quase de imediato, Relvas ainda ficou uns bons dez minutos com o aparelho colado ao ouvido. E só saiu porque a fome apertou e foi comer uma sandes ao café do lado.
Do “cinzento” Lacão ao “terrível” Relvas

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