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Solução preguiçosa ou corajosa?

José Eduardo Carvalho e Fonseca Ferreira usados como armas de arremesso

Quando o debate passou pela separação do distrito de Santarém da Área Metropolitana de Lisboa, os candidatos usaram o presidente da Associação Empresarial e mandatário da lista do PSD, José Eduardo Carvalho e o engº Fonseca Ferreira, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT) e dirigente socialista, como armas de arremesso.

Luísa Mesquita (CDU) e Jorge Lacão (PS) contestaram a decisão do governo PSD de sugerir e conseguir da União Europeia a divisão do distrito em termos administrativos pelas áreas de coordenação regional do Alentejo e Centro e referiram que pessoas que se opunham à criação das regiões, entre as quais José Eduardo Carvalho, estão arrependidas. Miguel Relvas (PSD) e Nuno Fernandes Thomas (CDS/PP) – principalmente o primeiro, lembraram que a solução da divisão do distrito contou com o apoio de Fonseca Ferreira.Por estar enquadrado na Área de Lisboa e Médio Tejo, que atingiu índices de desenvolvimento superiores a 75% da média europeia, o distrito de Santarém viu diminuídas as ajudas comunitárias. Jorge Lacão (PS) e Luísa Mesquita (CDU) defendem que a melhor maneira de evitar esse emagrecimento dos fundos teria sido a regionalização e consideram errada a passagem da sub-região da Lezíria do Tejo para a Área do Alentejo e a passagem do Médio Tejo para a Área Centro, que foi aprovada e passará a ter efeitos a partir de 2007. Lacão refere-se a ela como “a solução preguiçosa”.Os candidatos do PSD e CDS/PP dizem que foi a melhor forma de conseguir que o distrito de Santarém tenha apoios no próximo Quadro Comunitário de Apoio. Referem-se a uma “solução corajosa” e lembram que foi apoiada pelo presidente da CCDR-LVT.“Em 1997 o PS não separou o distrito de Santarém da Área Metropolitabna de Lisboa, evitando a diminuição de fundos comunitários, por pressão do então presidente da câmara de Lisboa, João Soares, e dos autarcas da Área Metropolitana de Lisboa que não que queriam continuar a beneficiar dos fundos à custa das sub- regiões menos desenvolvidas”, afirmou Miguel Relvas, que acrescentou: “O Jorge Lacão está a ser injusto para um destacado dirigente do PS. O eng. Fonseca Ferreira é um homem honesto e íntegro, Um técnico competente e com visão. Foi ele quem mais colaborou na solução encontrada”. Do lado dos defensores da regionalização veio o nome do mandatário da lista do PSD e presidente da Associação Empresarial da Região de Santarém – NERSANT, José Eduardo Carvalho. “ É ele que diz e cito ‘No referendo votei contra a regionalização, mas na actual situação em que o distrito se encontra vejo que é a única forma de isto se concertar’. Eu só lamento que o PCP tenha dito tantas vezes isto e tenha sido acusado de querer retirar a identidade ao Ribatejo. Agora são pessoas como ele que vêm dizer que a identidade territorial das regiões é fundamental para criar maiores incentivos à localização das empresas”, recordou Luísa Mesquita.Jorge Lacão lembrou que uma forma de ter compensado a região da perda de fundos comunitários era através de programas de apoio ao desenvolvimento como o Valtejo, lançado no tempo do governo PS e que a integração do distrito no Alentejo e Centro só produzirá resultados – “se produzir” - a partir de 2007. O candidato socialista voltou a usar as declarações de José Eduardo Carvalho que diz que a falta de apoios dos governos PSD fez cair o investimento privado do distrito a pique.Miguel Relvas alegou que a disponibilização de apoios foi retardada pela situação económica em que o governo Guterres deixou o país e mencionou o facto de já ter sido resolvido o Fundo de Garantia Empresarial. Ao mesmo tempo, lembrou que o investimento público cresceu, como nunca tinha acontecido antes e que o distrito subiu para a quinta posição nacional.

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