Socialistas às turras na Câmara da Golegã
Mau estar indisfarçável entre presidente e dois vereadores
O presidente da Câmara da Golegã vai acabar o mandato a governar em minoria. Os vereadores socialistas a quem retirou os pelouros e a confiança política estão a fazer-lhe a vida negra nas reuniões do executivo.
As relações entre o executivo da Câmara da Golegã estão a degradar-se à medida que o mandato se aproxima do fim. O presidente da câmara Veiga Maltez (PS) governa na prática em situação de minoria, já que os dois vereadores eleitos pelo PS a quem retirou confiança política nos últimos meses estão declaradamente do outro lado barricada. De uma maioria confortável (o PS elegeu quatro dos cinco elementos do executivo – o restante é da CDU), Veiga Maltez tem agora apenas o vereador Melancia Cachado como homem de confiança.Na reunião de 19 de Janeiro, apenas as deliberações de atribuição de subsídios às colectividades do concelho foram pacíficas. Tudo mais gerou viva discussão. Um exemplo: Vítor Guia (PS), um dos contestatários da gestão de Veiga Maltez, contestou um despacho do presidente em que, sobrepondo-se à decisão camarária, não vai colocar máquinas de água mineral nos estaleiros da autarquia. Veiga Maltez é o responsável pela gestão dos recursos e considera que para instalar depósitos de água mineral num local, teria de fazê-lo em todos os serviços camarários. “É um gasto desnecessário”, afirmou puxando das competências que detem.Mário Rodrigues (CDU), que pela lógica deveria ser o único vereador da oposição, apareceu neste cenário como o elemento conciliador e disposto a apaziguar os ânimos. Ainda o assunto das máquinas de água não tinha secado, surgiu nova discussão, desta vez sobre a habitação social. Uma das famílias a quem foi atribuído um apartamento de habitação social, ainda não recebeu as chaves da nova casa. A questão foi mais uma vez levantada por Vítor Guia e diz respeito a uma família que vive, em condições inaceitáveis, no bar do campo de futebol das Ademas. Veiga Maltez diz que as chaves do apartamento só serão entregues quando a senhora abandonar as instalações do campo e esta, pelo que foi dito, quer que a autarquia lhe compre o equipamento do bar.“A câmara não vai comprar arcas frigoríficas, nem máquinas de café. Fizemos um trato e quando ela abandonar as instalações, a câmara entrega-lhe a chave. Antes disso não”, afirmou o presidente, esclarecendo que para resolver o assunto foi pedido o apoio jurídico de advogados exteriores à câmara.No entanto, Vítor Guia acha que são processos diferentes. As chaves devem ser entregues à senhora em cumprimento da deliberação camarária e a história do bar trata-se a seguir. “Não pode ser”, responde Veiga Maltez e acrescenta exaltado: “Todos conhecemos o caso e esta discussão é só para poder dizer que há uma avó e dois netos deficientes a viver em condições infra-humanas porque não se dá cumprimento à deliberação camarária”. “E é verdade”, contrapôs Vítor Guia. Margarida Trincão
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