As velhas lutas continuam
CDU apresentou programa para o distrito de Santarém sem grandes surpresas
A luta por um hospital a sul e contra as portagens na A 23 e A 13 são alguns dos compromissos eleitorais da CDU para o distrito de Santarém.
A deputada comunista e cabeça de lista da CDU pelo círculo de Santarém anunciou na noite de sexta-feira os seus compromissos para a região. Luísa Mesquita garantiu que, caso seja eleita, vai continuar a lutar contra a privatização da Companhia das Lezírias, contra as portagens nas autoestradas A 23 e A 13 e pela construção de uma unidade básica de urgência no sul do distrito.“Não é possível insistir na defesa de quatro hospitais a norte e um vazio insustentável a sul”, afirmou a deputada e candidata num restaurante de Santarém perante uma plateia de algumas dezenas de apoiantes e do secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP), Jerónimo de Sousa.As frentes de batalha dos comunistas após as eleições de 20 de Fevereiro englobam ainda a luta pela alteração do traçado e urgente modernização da linha do Norte e pela remodelação das principais estações, bem como a criação de um plano de ordenamento florestal regional.Luísa Mesquita não deixou também passar a oportunidade para criticar a divisão do distrito pelas regiões do Alentejo e do Centro a partir de 2007, defendendo como alternativa a regionalização.As farpas foram direitinhas para os deputados do PSD, e particularmente para o cabeça de lista Miguel Relvas, que influenciaram essa solução como forma de garantir fundos comunitários para o distrito.“Um dia, um desenhador, daqueles de traços largos, cujos contornos da obra nunca somos capazes de descobrir, propôs que o distrito passasse à clandestinidade: o Sul passaria a encobrir-se no pacato e soalheiro Alentejo e o Norte procuraria abrigo no Centro”, descreveu Luísa Mesquita, garantindo que o PCP vai lutar para que a regionalização “ponha fim a tamanha vergonha e trapalhada”.Após os pastéis de bacalhau, os carapaus de escabeche e os vinhos ribatejanos que ajudaram a aquecer o ambiente, para além das críticas ao Governo as intervenções tiveram outro traço comum. A CDU vai tentar passar a mensagem de que é necessário reforçar a votação na coligação que engloba PCP, Os Verdes e a Intervenção Democrática para haver uma mudança de política na região e no país. Isto dando de barato, como a CDU deu, de que o PS vai ganhar, mas sem maioria absoluta. José Marcelino, da Intervenção Democrática, foi claro a esse respeito lançando a ambição de eleger um segundo deputado pelo círculo de Santarém. “Apelo que não a deixem sozinha como deputada eleita pela CDU no distrito de Santarém”, afirmou, após ter realçado as qualidades políticas da candidata que é também sua colega no executivo da Câmara de Santarém. Berta Pereira, de Os Verdes, teve intervenção na mesma senda e o secretário-geral do PCP não ficou atrás em optimismo. Jerónimo de Sousa até já vê no horizonte a possibilidade de colaborar com os socialistas para formar Governo. E aproveitou para deixar o recado através da televisão de que os comunistas não abdicam das suas convicções “por qualquer prato de lentilhas” ou por umas pastas de ministro.
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