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O prazer de ajudar quem precisa

António José Inácio é o presidente da Junta de Freguesia do Forte da Casa
A oposição acusa-o de dizer sempre “sim”, mas António José Inácio (PS) não se incomoda. O presidente da Junta de Freguesia do Forte da Casa confirma que, “sem criar falsas expectativas”, todos os dias se esforça para ajudar quem precisa. Pedidos de comer e de emprego chegam às dezenas no atendimento que faz na junta e no Instituto de Apoio à Comunidade (IAC) que fundou e lidera há 18 anos. “Há casos de fome e muita gente sem emprego e sem conseguir assumir os seus compromissos”, refere.A cozinha central do IAC está sempre pronta para servir mais uma refeição quente. Mais complicado é arranjar empregos, mas o autarca assume de forma clara que pede trabalho para os seus fregueses à Câmara de Vila Franca e às empresas da zona. “É uma função social que não podemos perder”, afirma. Ainda recentemente, António Inácio encontrou um homem doente a dormir na rua. Levou-o ao médico e internou-o num centro de apoio em Lisboa. Depois preocupou-se com a sua integração e hoje temos um operário feliz que já sorri e que está integrado na sociedade. O “amigo do presidente”, como fez questão de dizer o africano que trabalha na Junta de Freguesia de Vialonga. O imigrante é visita frequente na junta do Forte. “Nunca vou esquecer o que me ajudou”, disse a O MIRANTE. Foi a Central de Cervejas de Vialonga, onde trabalhou 27 anos como técnico de informática, que aproximou António José Inácio do Forte da Casa. O autarca, natural do concelho de Alenquer, assistiu ao nascimento e desenvolvimento da freguesia, criada em 1985, e da vila, oficializada quatro anos depois. Antes de ser presidente, António José Inácio foi vereador da oposição na Câmara Municipal de Vila Franca de Xira. Apesar da freguesia ter mais de 12.600 residentes, o presidente da junta garante que ainda conhece a maioria das situações e confessa que gosta de passear pela vila e conversar com os seus fregueses, “mesmo que a conversa seja incómoda”. O atendimento ao público é feito às terças e quintas-feiras às 18h00 na junta, mas o presidente nunca recusa falar com um cidadão e todos os dias é abordado na rua para ouvir as mais variadas reclamações ou pedidos.António Inácio nunca trabalha menos de 12 horas por dia e, quando há prazos para cumprir, chega a fazer 18 horas. O presidente divide a sua jornada pela junta e pelo IAC. Considera que a duplicidade de funções, muitas vezes criticada, ajuda a resolver com maior celeridade alguns problemas. É um homem exigente com os funcionários que consigo colaboram, mas procura dar o exemplo. Gosta de trabalhar com mulheres porque “são mais sensíveis”. Talvez por isso, a sua equipa no executivo da junta tem três mulheres e dois homens. “Sou contra as cotas. As mulheres devem ser escolhidas pelo seu mérito”, diz.António Inácio também é contra a eternidade no poder e defende o limite de mandatos. Mesmo assim, o autarca, que já preside à junta há 12 anos, não fecha a porta a uma recandidatura. Apesar de referir que qualquer dos quatro eleitos que o acompanham daria um bom cabeça de lista e seria presidente de junta com relativa facilidade. “Com outro candidato podemos perder alguns votos, mas não perdemos a junta”, garante o homem que arrebatou uma maioria absoluta nas últimas eleições. António Inácio considera que as juntas são uma escola de autarcas e defende que todos os vereadores e presidentes de câmara deveriam passar pelas juntas. “Aqui não há técnicos e assessores. Estamos mais dependentes de nós”, explica com a experiência de quem fez o percurso inverso.O autarca gosta de ler. É um devorador de jornais e procura estar atento à actualidade regional, nacional e internacional através de todo os meios, incluindo a Internet. Amante do desporto motorizado não dispensa uma boa corrida.No gabinete do presidente há um quadro de Jorge Alexandre com um toureiro a fazer uma faena e uma escultura com um campino moderno. Sinais da sua ligação às tradições ribatejanas. António Inácio é aficcionado e foi nomeado responsável pela Escola de Toureio José Falcão em Vila Franca de Xira. O autarca quer levar a arte do toureiro a todas as escolas da freguesia e quer manter a tradição de organizar, pelo menos, uma corrida de toiros anual e várias largadas de toiros. “O Forte da Casa vai afirmar-se como vila taurina”, conclui.Nelson Silva Lopes

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