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“Só o convívio é uma terapia”

“Só o convívio é uma terapia”

Centro Social do Sobralinho organiza IV Torneio de Natação Adaptada

O Centro Social do Sobralinho, no concelho de Vila Franca de Xira, organizou esta segunda-feira o IV Torneio de Natação Adaptada, prova destinada a jovens com deficiência. Mais que a competição, o importante foi o convívio entre todos.

À primeira vista Luís Ferreira, 18 anos, é um jovem normal. Quase não se repara que a paralisia cerebral que possui lhe limita os movimentos em cinquenta por cento. A fisioterapia, conjugada com muitas horas de natação por semana, foi determinante para os progressos que o jovem de Alverca registou nos últimos anos.“Desenvolveu muitas capacidades. Tinha dificuldades em termos de equilíbrio e de locomoção e as melhorias são visíveis”, explica o professor de natação, Abel Costa. Com a prática do desporto, Luís Ferreira conseguiu também aumentar a amplitude, já que o movimento do pulso era quase nulo. Para a alcançar estes progressos foi decisivo ter começado com a natação ainda muito novo.Luís Ferreira, que se iniciou no desporto no Centro Social para o Desenvolvimento do Sobralinho, concelho de Vila Franca de Xira, foi o único nadador da instituição no IV Torneio de Natação Adaptada, organizado pelo Centro Social em parceria com a Associação Nacional de Desporto para a Deficiência Mental (ANDEDEM).A prova decorreu na Piscina Baptista Pereira, em Alhandra, na manhã de segunda-feira. Os tempos do nadador, que se iniciou na modalidade há oito anos, não contam para os resultados da prova. A participação no torneio da ANDEEM é uma forma de treino, já que a associação de paralisia cerebral a que pertence não realiza provas nesta modalidade.Mesmo assim o jovem, que está a preparar a entrada no curso superior de economia e ainda tem tempo para ajudar na empresa familiar do pai, está na competição há cinco anos. Participou o ano passado no Torneio Nacional de Anadia e já atingiu alguns dos recordes nacionais em várias categorias (50 e 100 livres; 50, 100 e 200 bruços e 50 e 100 costas). Também em relação às pessoas com deficiência mental e motora os benefícios para a saúde são mais importantes que os resultados. “Algumas pessoas com dificuldade motoras conseguem ganhar uma outra destreza. A prática ajuda a aumentar a qualidade de vida desta população”, garante o director da ANDEDEM, José Pavoeiro.Diamantino Dinis, 44 anos, da Elo Social, em Lisboa, nada com o apoio de flutuantes e é um dos mais animados do torneio. Está a aprender natação há três anos e do que gosta mais é de fazer novos amigos. Acaba de meter conversa com Sara de Almeida, 26 anos, da Associação Portuguesa dos Pais e Amigos do Cidadão com Deficiência Mental (APPACDM) de Setúbal, uma das nadadoras “veteranas” da instituição. Na quarta edição do torneio o Sport Clube Portugal, a APPACDM de Lisboa, a Cercisimbra e a Ceeria de Alcobaça também se fizeram representar com os seus atletas. Para as 47 pessoas com deficiência mental e motora, entre os 13 e os 46 anos, que participaram no torneio, é sobretudo decisivo o contacto com o outro.“Só o convívio é uma terapia”, realça o presidente da direcção do Centro Social do Sobralinho, a instituição particular de solidariedade social que organiza o torneio pelo quarto ano consecutivo. Ana Santiago
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