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Os falsos pobres

Gostei da reportagem sobre a Cáritas. E gostei, particularmente, da denúncia dos falsos pobres feita pelo responsável do Entroncamento. A pobreza existe e ainda há meses foi notícia em todos os meios de comunicação devido a um estudo que mostrava que o fenómeno é muito maior que o cidadão comum imaginava. Mas há ainda muita gente que se aproveita para viver sem fazer nada à custa da caridade alheia. Sempre foi assim e acho que sempre assim será. O que me preocupa é pensar que muita gente que procura ser solidária possa fechar o seu coração por causa disso.Um dia destes dei por mim a ignorar uma senhora idosa que me abordou. Pensei de imediato que estava perante mais um esquema de cravanço. Disse-lhe que não e fiz menção de seguir em frente. Só depois descobri que ela apenas me queria pedir uma informação sobre uma rua.Nesse dia tinha sido abordada de uma forma agressiva por um arrumador de carros que me extorquiu – repito, extorquiu - um euro. Dois dias antes tinha sido insultada por dois indivíduos que se diziam membros de uma associação de recuperação de toxicodependentes que me foram bater à porta a pedir um donativo, só porque recusei. Quem acabou por pagar com a minha atitude defensiva foi uma senhora que só pedia uma informação.O vosso trabalho sobre a Cáritas fez-me voltar a pensar sobre este desafio que tenho que colocar a mim mesma. O de decidir o que fazer para continuar a ajudar quem precisa. Sou contra a caridadezinha mas acredito na verdadeira caridade, na solidariedade e na partilha. Não vou desistir só porque há quem se aproveita da disponibilidade alheia. Há muitas pessoas necessitadas neste país à espera da minha ajuda e da ajuda de milhares e milhares de outras pessoas de boa-vontade.Idalina Soares (Texto enviado através de correio electrónico)

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