uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
Mudar mentalidades e acabar com as rivalidades

Mudar mentalidades e acabar com as rivalidades

Desenvolvimento sustentado da Comunidade Urbana do Médio Tejo discutido em Alcanena

Os políticos do Médio Tejo têm de mudar de mentalidade e valorizar o “latifúndio” em vez da “sua quinta”. Para que a comunidade urbana onde estão inseridos possa ter o desenvolvimento desejado. No jogo de interesses, locais e regionais, resta saber quais prevalecem.

A competitividade aguerrida entre concelhos e a inexistência de políticas concertadas supramunicipais são os principais problemas a resolver no seio da Comunidade Urbana do Médio Tejo. Essa é uma das principais conclusões do encontro de reflexão que juntou no dia 7 de Abril autarcas, técnicos, empresários e cidadãos nos Olhos d’Água (Alcanena). A intenção era discutir o desenvolvimento sustentável na Comunidade Urbana do Médio Tejo (CUMT), no âmbito da Agenda XXI local.A passagem da teoria à prática é a parte mais difícil do problema da sustentabilidade e desenvolvimento regional. E isso ficou provado no jogo organizado na quinta-feira, 7 de Abril, pelo Centro de Estudos sobre Cidades e Vilas Sustentáveis (CIVITAS) da Universidade Nova de Lisboa, promotor do debate “Oportunidades e desafios ao desenvolvimento sustentável na Comunidade Urbana do Médio Tejo”.No sentido de aferir a sensibilidade dos participantes quanto ao conceito de território global, era pedido a cada um que olhasse para o mapa representativo do Médio Tejo e colocasse uma marca colorida no local com o qual se sentisse mais próximo. A maioria dos participantes espetou o pionés em cima da cidade de onde vinha – Abrantes, Tomar, Torres Novas, Alcanena. Alguns (poucos) optaram por colocar a sua marca no local que consideravam como um marco na região. Foi o caso do presidente da Região de Turismo dos Templários, que deixou o seu pionés “em cima” da Albufeira de Castelo do Bode.A segunda tarefa solicitada aos presentes era a identificação das três principais potencialidades da região. Cada participante tinha à sua disposição três papelinhos coloridos e em cada um deles deveria escrever o que considerava ser uma grande potencialidade da região, colocando depois em dois placardes.O património natural – rios Tejo, Zêzere e Alviela, paisagem, ar puro, qualidade vida -, o turismo e o tema da centralidade/localização e boas acessibilidades foram as maiores potencialidades da região apontadas pelos participantes no seminário.Passou-se então para o baralho de cartas. Cada participante tinha um envelope com uma carta de um dos naipes do baralho. Os detentores de cartas do mesmo naipe eram depois agrupados para, em salas diferentes, passarem cerca de hora e meia a discutir e determinar quais são os vectores mais importantes para trabalhar na Comunidade Urbana do Médio Tejo, no âmbito da Agenda XXI local.Os políticos e autarcas ficaram com o naipe de ouros, os cidadãos e associações convidadas agruparam-se no grupo de copas e o naipe de paus foi dividido em dois grupos – para um lado técnicos autárquicos, para o outro empresários. As espadas ficaram fora do jogo.Em salas separadas cada “naipe” de participantes tentou responder a três perguntas concretas – quais os objectivos a alcançar pela CUMT em dez anos, no curto prazo e que tipo de dificuldades e vantagens previam existir.Após hora e meia de trabalho de grupo e debate foram apresentadas as conclusões – a educação/formação é o vector mais importante para se conseguir o tal desenvolvimento sustentado da CUMT, logo seguido do turismo e do emprego e indústria. No jogo da verdade os presentes puseram o dedo na ferida ao apontarem como desvantagens para a concretização dos objectivos propostos a inexistência de interligações supra municipais e a competitividade entre os municípios do Médio Tejo.Resta saber até que ponto os políticos estão dispostos a abdicar do conceito de minifúndio, das suas “quintas”, para pensar e agir como latifundiários do desenvolvimento Para que o jogo passe de virtual a real foi ditada a sentença final – tem de haver uma alteração de mentalidades nos políticos da região. A grande incógnita é saber se, no jogo de interesses locais, isso é possível.Margarida Cabeleira
Mudar mentalidades e acabar com as rivalidades

Mais Notícias

    A carregar...