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Quando o lixo se transforma em riqueza

Chamusca soube aproveitar a instalação de aterros sanitários como aposta estratégica para o desenvolvimento

O problema do depósito e tratamento de resíduos transformou-se numa oportunidade para o concelho da Chamusca. A estratégia de desenvolvimento passa pela instalação de aterros e de empresas ligadas à área do ambiente.

Com a instalação há cinco anos de um aterro para lixos domésticos na freguesia de Carregueira, começou a desenhar-se uma nova estratégia para tirar o concelho da Chamusca dum estado económico depressivo. O tratamento de resíduos e, recentemente, a aposta na instalação de empresas da área do ambiente é a grande esperança para fixar pessoas e desenvolver um concelho pobre ameaçado pela desertificação. Neste momento a autarquia tem em marcha um projecto para a instalação do projecto que designou de Parque-Eco. São mais de mil hectares de terreno destinados exclusivamente à laboração de empresas que operam na área ambiental e das energias renováveis. Estão a decorrer negociações com algumas indústrias que já mostraram interesse em instalar-se na Chamusca. As notícias não podem ser melhores para um dos maiores concelhos do país em termos de área, mas onde as pessoas têm baixos rendimentos. Um concelho que vive essencialmente da agricultura e da floresta, onde as empresas são quase todas de cariz familiar. Onde o emprego escasseia e o desenvolvimento vem sendo adiado pelos fracas receitas cobradas pela câmara. A Chamusca, a que alguns já tratam como a capital do lixo, soube aproveitar a oportunidade e teve a grande vantagem do facto das pessoas não contestarem a instalação deste tipo de equipamentos. O que se deveu em grande parte à forma aberta e transparente como os processos foram desenvolvidos e à informação e sensibilização das populações. O presidente da Câmara da Chamusca, Sérgio Carrinho (CDU), não tem dúvidas que este pode ser o ponto de viragem da localidade e, por isso, abraçou a instalação dos aterros numa perspectiva de “aposta estratégica”. “É uma tentativa de encontrar resposta para esta zona que é muito carenciada”, sublinha. E por isso a Chamusca tornou-se no único território do distrito de Santarém onde existem tantos sistemas de tratamento de resíduos.Há cinco anos instalou-se o aterro para resíduos domésticos. Em Novembro de 2003, entrou em funcionamento o primeiro aterro de resíduos industriais banais (não perigosos) do distrito. A área ocupada pelo aterro é de 6,5 hectares com possibilidades de expansão para mais oito hectares. Quando se começou a falar da instalação de um aterro para resíduos perigosos, entra em funcionamento a central de triagem de lixos, a primeira e única no distrito. A laborar desde Janeiro, a central dá emprego a uma dezena de pessoas. O equipamento da Associação de Gestão e Tratamento dos Lixos do Médio Tejo-Resitejo veio trazer uma mais valia não só ao concelho como à região, já que vai permitir diminuir substancialmente a quantidade de lixo que era enterrado e agora vai para reciclagem. Neste momento trabalha-se para se conseguir instalar um aterro para lixos perigosos na mesma zona onde estão os actuais. E há ainda a possibilidade há muito programada, de se poder construir uma central de compostagem, com vista à transformação dos resíduos orgânicos em adubos.

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