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Ciclo de ouro não convence oposição

Contas de 2004 aprovadas no Cartaxo pela maioria socialista

A maioria socialista na Câmara do Cartaxo fala em “ciclo de ouro” para classificar a sua gestão. A oposição social-democrata diz que se está “no pior período de gestão política de sempre”. A divergência de opiniões reflectiu-se na votação das contas da autarquia referentes a 2004.

A maioria socialista na Câmara do Cartaxo destaca o “investimento recorde de mais de 6,7 milhões de euros” como um dos factores mais positivos da gestão do município em 2004 e fala mesmo de um ciclo de “ouro” nos últimos quatro anos, em que se registou um investimento acumulado de mais de 20 milhões de euros.As contas foram aprovadas na última reunião do executivo apenas com os votos dos 5 elementos socialistas, já que o PSD votou contra por não partilhar da visão optimista da maioria. Para Vasco Cunha e Luísa Pato o voto contra o relatório de gestão de 2004 traduz o crescimento continuado das despesas correntes, o aumento da dívida da autarquia junto de fornecedores e sector financeiro e a incapacidade de concretizar as oportunidades de investimento. Para os eleitos social-democratas, entre 2000 e 2004, as despesas correntes cresceram 59 por cento, de 6 para 9,5 milhões de euros, acusando a maioria socialista de não ter vontade política para inverter a situação. Como exemplos apontam o crescimento do pagamento de horas extraordinárias (287 mil euros só em 2004) ou em publicidade, que ascendeu a 220 mil euros, estando 350 mil euros incluídos no orçamento de 2005.Os eleitos do PS salientam o resultado líquido positivo de quase dois milhões de euros desde 2002 (1,962 milhões de euros), a que se soma a diminuição das despesas com pessoal face às receitas e despesas correntes.O montante executado no orçamento de 2004 ascendeu a pouco mais de 15,5 milhões de euros, o que traduz um nível de realização de 66,64 por cento. Destacam-se mais de 900 mil euros para a rede de saneamento básico e cerca de 1,5 milhões de euros em relação ao abastecimento de água. A reabilitação do cine-teatro municipal já representou um custo de 1,95 milhões de euros, ao passo que nos transportes e comunicações, o destaque vai para a conclusão, em breve, da alameda norte da cidade (com custo total de 2,5 milhões de euros).A gestão socialista apostou em três eixos estratégicos: infra-estruturas de base, acessibilidades, emprego e equipamentos sociais, avançando-se com o exemplo da “conquista” do nó directo de acesso à A1.No que respeita ao endividamento, a capacidade da autarquia ronda os 40 por cento, registando uma diminuição da dívida a terceiros (fornecedores e empreiteiros) de 7 por cento face a 2003, segundo pode ler-se das conclusões das contas municipais. Mas os vereadores Vasco Cunha e Luísa Pato destacam que os empréstimos bancários quase quadruplicaram, ascendendo a mais de oito milhões de euros, “sem impacto equivalente ao nível do investimento municipal”, pode ler-se na sua declaração de voto.Situação semelhante, escrevem, vive-se em relação às dívidas a fornecedores (quatro milhões de euros), acusando a maioria de desacreditar a autarquia e prejudicar a sua saúde financeira. Endividamento que é encaminhado para pagar as despesas correntes sem correspondência nos investimentos, “no pior período de gestão política de sempre”, dizem os social-democratas.

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