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“Prevenção não foi feita a tempo e horas”

Governador Civil preocupado com época de incêndios
Como é que estão as coisas em termos de prevenção a incêndios?Estou profundamente preo-cupado. Há uns anos havia incentivos à prevenção que depois foram escamoteados gradualmente.Pode especificar?Havia por exemplo programas de limpeza de matas, de construção de pontos de água, de vigilância móvel motorizada. Havia um conjunto de programas dessa natureza que foram sendo diluídos ao longo do tempo e que agora temos outra vez em cima da mesa através da Direcção Geral dos Recursos Florestais. Os municípios foram desafiados a criar comissões de defesa da floresta que já estão implementadas em quase todos os concelhos. Só que começaram a trabalhar apenas agora e a época de fogos já está aí à porta. E prevê-se um Verão escaldante.Todas as indicações da meteorologia e dos técnicos apontam para aí. E é algo preocupante. Por isso vou iniciar no final deste mês uma ronda por 16 concelhos do distrito, os que têm mais floresta.Para quê?Vou reunir com o coordenador distrital dos bombeiros e protecção civil, com o delegado distrital da Direcção Geral dos Recursos Florestais e em cada um dos concelhos vamos reunir com os autarcas, com comandantes de bombeiros, presidentes de junta, autoridades policiais. Para haver a maior coordenação possível e tentar definir a melhor forma de combater os fogos florestais de forma a minimizarmos ao máximo este conjunto de prejuízos que se adivinha no Verão que aí vem. Ainda vão a tempo?Queremos chegar ao início do Verão com toda a máquina suficientemente lubrificada, embora com a consciência profunda de que não conseguiremos neste Verão atingir o patamar ideal, pois a prevenção não foi feita a tempo e horas. Parece que encontrou um cenário negro?O cenário está aquém do que deveria estar mas penso que isso é um problema do país e não só do distrito. Outra situação que me preocupa, e que já expus ao governo para ser resolvida, prende-se com as despesas dos fogos florestais do ano passado que ainda não foram pagas aos nossos bombeiros. Despesas a que nível?De combustíveis, de refeições, etc... São cerca de 287 mil euros. É uma situação que gera grandes dificuldades aos nossos corpos de bombeiros. Precisamos de lhes dar reforço de meios e de os acarinhar cumprindo aquilo que lhes é devido. É preciso fazer mais a esse e a outros níveis…Como por exemplo?Não foi por acaso que já esta semana fizemos contactos com a Fundação Vodafone, que tem um projecto de vigilância da floresta no distrito de Leiria através de câmaras instaladas em aeronaves, com o objectivo de conhecer o projecto e alargá-lo aos distritos de Santarém e Castelo Branco. Ficou acordada outra reunião para implementarmos esse projecto, já que houve boa vontade da fundação para esse fim.Temos também um sistema de câmaras de vigilância da floresta em certas zonas do distrito, ligado ao Comando Operacional em Tomar, e pretendemos alargar o seu raio de acção.

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