A biblioteca municipal da Golegã deverá ser inaugurada no início do próximo ano, altura em que o palacete Marques de Almeida estará apetrechado com todo o material necessário ao funcionamento de um biblioteca municipal integrada na Rede Nacional de Bibliotecas Públicas (RNBP). No entanto, está previsto que em Setembro o novo equipamento seja palco para a abertura do ano lectivo 2005/2006.A Golegã, diz o vereador Melancia Cachado (PS), nunca teve uma biblioteca municipal. Quando, em 1997, o actual executivo liderado por Veiga Maltez (PS) tomou posse mandou encerrar as salas da Casa Relvas indevidamente intituladas de biblioteca. “Não tinham quaisquer condições e o espólio era muito reduzido, os únicos livros com algum interesse e valor tinham pertencido ao próprio Carlos Relvas”, conta o vereador.Neste sentido e com a saída da GNR do velho palacete Marques de Almeida para um novo quartel construído de raiz, o edifício ficou vago e a câmara decidiu utilizá-lo como biblioteca. Tanto mais que o programa da RNBP previa que todos os concelhos do país fossem equipados com bibliotecas adaptadas às novas exigências – livros, dvd, material informático e multimédia.“A Golegã apresentou a candidatura ao Instituto Português do Livro e da Biblioteca (IPLB) mas foi chumbada, porque o edifício não possui as dimensões mínimas”, explica o vereador. Haveria então que alargar o espaço e para tal os técnicos camarários elaboraram um projecto de construção de um segundo edifício nas traseiras do palacete, respeitando a traça e as dimensões do primitivo e com ligações interiores aos níveis do rés-do-chão e do primeiro andar por uma galeria de três metros.“Ultrapassámos a área mínima, voltámos a concorrer na 10.ª candidatura e o projecto foi aprovado”, prossegue Melancia Cachado, acrescentando que todo este processo foi acarinhado pelos técnicos do IPLB, designadamente Célia Heitor e o arquitecto António Braga.A biblioteca municipal da Golegã representa um investimento de construção civil de 720 mil euros, comparticipados em 50 por cento pelo IPLB, 10% serão sempre da responsabilidade da autarquia e há a possibilidade do restante ser objecto de uma candidatura ao abrigo do Feder, Eixo 1 do III quadro comunitário de apoio (QCA). O fundo documental – livros, dvd, cd, etc – orça em 150 mil euros, comparticipados em 50% pelo IPLB, bem como a cablagem, o material informático e o software (programas de computador), com um custo estimado de 90 mil euros, e o mobiliário, avaliado em 125 mil euros. A biblioteca José Saramago, na Azinhaga, funcionará como um pólo da sua congénere municipal, havendo um programa de gestão comum. Entretanto, a câmara já contratou um técnico de bibliotecas que se encarrega de informatizar todo o espólio documental.O velho palacete Marques de Almeida, na posse do município desde a década de 30 do século passado, não sofre grandes alterações ao nível das divisões internas. No primeiro andar vai ficar desnudada a estrutura em gaiola como foi construída. Nele irá ficar a recepção, o depósito de livros, a sala de reuniões e outros serviços. A biblioteca, propriamente dita para uso do público funcionará no novo edifício, com o espaço infanto-juvenil no rés-do-chão e o adulto no primeiro andar. O acesso a pessoas com dificuldades de mobilidade está garantido a todos os locais através de um elevador com saídas para os dois pisos de ambos os imóveis ligados pelas galerias. No exterior será construído um jardim, com anfiteatro, onde os utilizadores podem ler ao ar livre. O jardim é vedado, a ele só se pode aceder-se pela biblioteca. Também no exterior, a câmara demoliu as antigas oficinas da autarquia e fez a ligação entre as ruas da Oliveira e do Padre Marrão, criando novas zonas de estacionamento.Margarida Trincão