Como torrejano que me orgulho de ser, nascido na freguesia de Salvador, apesar de viver em Fátima, lá me desloquei até Riachos no dia 15, domingo, para assistir à partida de futebol dos “amarelos” mais importante da época, com contornos de final. Afinal a equipa lutava para não descer à Primeira Divisão Distrital.Chego ao campo e mais uma vez me deparo com o cenário triste e habitual de ver uma equipa a jogar sozinha, sem o apoio do seu público, da sua cidade. Desolador! Se estavam à volta de três dezenas de adeptos torrejamos já era muito! Já na primeira volta, em Torres Novas, o público - bairrista - de Riachos esteve em maior número, parecendo que o jogo era em Riachos. Agora na segunda volta e numa altura em que o resultado já nem interessava muito ao Atlético, as pessoas de Riachos marcaram presença de forma massiva.Num jogo vital para as aspirações torrejanas a cidade alheou-se do seu clube, desprezando-o de forma atroz. Que me desculpem as chamadas forças vivas da cidade, incluindo responsáveis autárquicos, mormente os das freguesias, mas estiveram no passado dia 15 de Maio no campo “Mário Cunha”? Se estiveram, não os vi.Vi sim, uma equipa caminhando quase só, excepção aos cerca de trinta adeptos que tiveram a coragem e o amor de acompanhar os “amarelos” neste desafio de má memória. Provei a mim mesmo aquilo que já pressentia. A cidade do Almonda virou as costas, por completo, ao desporto em geral e ao futebol em particular!O Clube Desportivo de Torres Novas perdeu 2-1 e desceu de divisão. A cidade ignorou o futebol torrejano e nesta hora de tristeza para os poucos que ainda sentem a camisola verde e amarela fica o meu registo e o meu obrigado a dois torrejamos que vi sentirem em pleno relvado a tristeza desta descida. Paz Miguel e Piranga. Se calhar ainda há amor à camisola!Em frente Clube Desportivo de Torres Novas!José António Pescador de Matos